“Em breve”: Assange diz que vai deixar embaixada do Equador em Londres

Ao lado do chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, anunciou nesta segunda-feira (18) que deixará a embaixada equatoriana em Londres "em breve". Ele está refugiado há mais de dois anos no local para evitar uma extradição para a Suécia. 

Julian Assange e Ricardo Patiño - EFE

Durante uam coletiva de imprensa, Patiño afirmou que “chegou a hora de liberar Julian Assange” e pediu que os direitos humanos sejam respeitados. O chanceler manteve o convite que já havia sido feito a funcionários do Ministério Público sueco para que “possam tomar as declarações diretamente do senhor Assange na sede diplomática do Equador em Londres”. A possibilidade é defendida pelos advogados de defesa do ativista.

A entrevista foi concedida por ocasião do segundo aniversário do asilo político que o Equador outorgou ao ativista, em agosto de 2012 e que, segundo Patinho, Quito manterá. O chanceler não mencionou nenhum plano para retirar Assange da embaixada, mas defendeu a atuação de todos os governos envolvidos no caso, antes de destacar que dois anos é muito tempo.

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"Nossa decisão é absolutamente sólida, é uma decisão que se baseia no reconhecimento de sua bravura, sua decisão não só tem o apoio do Equador, mas com o apoio de milhões de pessoas", disse ele, citado em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

"Posso confirmar que sairei da embaixada em breve", declarou Assange, antes de destacar que a saída não será motivada pelas razões "publicadas na imprensa (do grupo) de Murdoch", que no domingo informou que o australiano tem problemas de saúde. Ele não deu detalhes, no entanto, de como será sua saída, nem se ele se entregará às autoridades do Reino Unido.

O fundador do WikiLeaks vive na embaixada equatoriana desde junho de 2012 e esgotou todos os recursos jurídicos para evitar a execução de uma ordem de prisão emitida pela Suécia.

Assange nega as acusações de agressão sexual apresentadas por duas jovens suecas. Ele afirma temer, caso se apresente à justiça sueca, ser entregue ao governo dos Estados Unidos, onde responderia na justiça pela divulgação de centenas de milhares de documentos secretos do exército e do governo americano.

Em julho, um tribunal de Estocolmo manteve a ordem de prisão contra Assange, o que representou um banho de água fria para as esperanças de resolução de uma saga judicial que já dura quatro anos.

Em seu Twitter, o presidente do Equador, Rafael Correa, criticou os meios de comunicação: “Dois anos de Assange na embaixada equatoriana em Londres. Onde está a imprensa ‘livre e independente’? O que aconteceria se isso ocorresse no Equador?”.

Correa lembrou que, nestes dois anos, a Justiça sueca não tomou nenhuma medida para resolver a sua situação legal, apesar das ofertas feitas pelos advogados de defesa de Assange para que ele fosse entrevistado via videoconferência.

Nesta segunda-feira (18), o Reino Unido pediu ao Equador que colabore para resolver a situação "difícil e custosa" de Assange. "Continuamos tão comprometidos como sempre para conseguir uma solução diplomática para a situação", disse à Agência EFE um porta-voz do Ministério britânico de Relações Exteriores.

Da redação do Portal Vermelho,
Com informações da EFE e da Opera Mundi