Escola de Formação Política inaugura atividades do 20º Foro de SP

Com a abertura da 3ª Escola de Formação Política, coordenada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e a Fundação Perseu Abramo (FPA), começou nesta segunda-feira (25) o 20º Foro de São Paulo, em La Paz, Bolívia. Cerca de 180 delegações de mais de 50 partidos políticos de esquerda da América Latina devem passar pelo recém-inaugurado Campo Ferial Chuquiago Marka.

Por Théa Rodrigues, de La Paz para Portal Vermelho

Altair Freitas, FSP - Théa Rodrigues/Portal Vermelho

Uma imagem gigante do presidente boliviano Evo Morales, recepciona os participantes desta edição do Foro de São Paulo. Na entrada principal é possível ainda encontrar figuras como Hugo Chávez, Simón Bolívar e José Martí. Todos dão as boas-vindas àqueles interessados em se comprometer com a elaboração de alternativas às políticas neoliberais dominantes na região, promovendo a integração econômica, política e cultural da América Latina.

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Com certo atraso na sessão inaugural, as atividades iniciaram com a fala de Victor Morales, dirigente do governamental Movimiento al Socialismo (MAS) da Bolívia, que destacou a importância de uma escola de formação para dar continuidade aos partidos de esquerda e progressistas. “Desde que foi fundado o Foro de São Paulo, na década de noventa, houve grandes mudanças, saímos de ter apenas o Partido Comunista Cubano naquela época para mais de dez partidos de esquerda que governam hoje na América Latina”.

Em seguida, o vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Populares da Bolívia, Alfredo Rada, saudou o público presente. Ele lembrou a diversidade dos partidos de esquerda que compõem este 20º Foro de São Paulo e ressaltou a importância de estarem unidos em prol da luta anti-imperialista.

“O Foro surgiu nos anos 1990, talvez no pior momento para a esquerda. Acabava de cair o Muro de Berlim. A União Soviética tinha sido dissolvida. As políticas neoliberais começavam a ser aplicadas com força na América Latina”, lembrou Rada.

De acordo com ele, “ao longo destes anos, conseguimos fazer com que o neoliberalismo fosse retrocedendo na região, ao mesmo tempo em que o povo, organizado em sindicatos e partidos, foi assumindo responsabilidades políticas de forma democrática”. Por isso, para o vice-ministro, é necessário “ressaltar os avanços, mas é preciso seguir avançando”.

Escola de Formação Política

O Foro de São Paulo decidiu que o trabalho de formação política seria permanente, depois do sucesso da primeira edição da Escola, realizada no México em 2012. No ano seguinte, no Brasil, o tema central das palestras educativas foi a integração latino-americana. Em 2014, o programa específico incluiu também um panorama sobre a crise do capitalismo.

Segundo Altair Freitas, da Escola Nacional João Amazonas do PCdoB “esta escola é fruto de um trabalho coletivo, que busca uma integração soberana na América Latina e Caribe, que não seja só uma integração econômica, mas também cultural e política, que permita aos nossos partidos e companheiros o aprofundamento das conquistas dos últimos dez anos”.

Freitas expressou ainda seu desejo de que os debates que forem desenvolvidas ao longo do curso “contribuam efetivamente para que nossos partidos, nossos movimentos e nossos governos de esquerda que estão no poder possam ampliar sua compreensão sobre a atual conjuntura”.

Mônica Valente, secretária executiva do Foro, e secretária de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou que a Escola de Formação Política “é um momento de reflexão e de estudo para os militantes e membros dos partidos progressistas latino-americanos”.

Ela encerrou sessão de abertura agradecendo ao povo boliviano: “Sabemos que é um trabalho muito intenso organizar o foro”, disse ela, lembrando que o país está às vésperas de uma eleição presidencial, assim como o Brasil. Ao mesmo tempo, Mônica ressaltou o sucesso de outros grandes eventos que passaram pelo país, como a reunião do G77 e o Encontro Mundial de Trabalhadores.

Para ela, todo o continente deve comemorar os êxitos obtidos no enfrentamento das políticas neoliberais.