Organizações chilenas declaram apoio à demanda marítima da Bolívia

Na tarde desta quarta-feira (27), partidos e movimentos sociais do Chile no 20º Foro de São Paulo convocaram uma coletiva de imprensa para declarar apoio ao processo de mudança social liderado pelo governo do Evo Morales. O comunicado lido na presença de Leonida Zurita, secretária de Relações Internacionais do MAS, expressa o desejo de retomada do diálogo entre os povos, que foi abalado pelas questões que envolvem a demanda marítima da Bolívia.

Por Théa Rodrigues, de La Paz para o Portal Vermelho

Organizações chilenas declaram apoio à demanda marítima - Théa Rodrigues/Portal Vermelho

O texto é assinado pelo Partido Humanista, pelo Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), Movimento do Socialismo Allendista e pelo Partido de Igualdade. “Os povos do Chile e da Bolívia são irmãos, nossas lutas pela autodeterminação, contra a exploração, a pobreza e discriminação é comum”, afirmam em conjunto.

Segundo essas organizações, “não é recusando ou negando o diálogo em torno da demanda marítima que se poderá avançar”. Eles afirmam ainda que não compartilham da decisão do governo do Chile de recusar a decisão do Tribunal Internacional de Haia diante da demanda de negociação apresentada pelo governo boliviano.

Leia também:
Cone Sul deve se unir por eleições de governos progressistas na AL
UJS participa do Encontro de Juventudes no Foro de São Paulo
Escola do Foro de São Paulo quer expandir seus conteúdos na internet
"Esquerda latino-americana chegou para ficar", diz dirigente cubana

“Sem diminuir a dimensão territorial do Chile é possível assumir uma saída soberana ao mar para a Bolívia”, diz o texto. “Acreditamos que o foco principal do problema precisa sair da questão judicial e ser levado para a política”, complementa.

Por fim, essas organizações se comprometem a fomentar e proporcionar o diálogo entre os países. “Devemos derrotar o preconceito, os falsos nacionalismos e o chauvinismo que fomentam as elites dominantes e os setores conservadores”, diz a declaração.

Em uma guerra iniciada em 1879, o Chile arrebatou 120 mil km² de territórios e 400 km de costa do oceano Pacífico.

Em nome do governo boliviano, Leonida Zurita agradeceu o apoio dos companheiros latino-americanos e disse que a Bolívia nasceu com o mar e só quer recuperar o que lhe é de direito. Ela entregou aos dirigentes políticos um livro que reúne documentos sobre a demanda marítima do país.