Ucrânia: após fomentar crise, União Europeia pede "solução política"

A Comissão Europeia está preocupada com as últimas informações sobre a crise na Ucrânia, declarou Maya Kosyanchich, secretária de imprensa da сomissária europeia para a política externa, Catherine Ashton.

Bandeira da União Europeia

“Estamos preocupados ao máximo com as últimas informações sobre o desenrolar dos acontecimentos”, disse ela.

“Declaramos novamente que apoiamos a solução política mais rápida possível da crise na base de respeito à soberania e à integridade territorial da Ucrânia”, ressaltou Kosyanchich.
Os ministros das Relações Exteriores dos países-membros da União Europeia realizarão um encontro em Milão, na Itália, quando também discutirão o caso ucraniano.

No entanto, boa parte dos problemas políticos vividos pela Ucrânia atualmente foram induzidos de forma direta ou indireta pela própria União Europeia. A crise começou em meados de fevereiro, quando as atuais autoridades ucranianas assumiram o poder do país contrariamente ao desejo de boa parte da população, especialmente aquela da região leste, que considerou o ato um golpe. Desde abril, as tensões aumentaram, culminando em investidas militares do governo e gerando diversos conflitos na região. 

Os europeus apoiaram a tomada de poder e até hoje permanecem ao lado dos governantes, mesmo com as investidas militares contra a própria população do país. Milhares de pessoas morreram ou ficaram feridas nos confrontos. Um sem número de famílias teve que mudar de cidade ou mesmo fugir para a Rússia.

Outra contribuição prejudicial da União Europeia aconteceu quando o governo russo foi acusado, sem provas, de enviar armamento e apoio econômico para a população contrária ao atual governo, fato este negado pelo governo de Moscou. Mesmo a ajuda humanitária enviada pela Rússia foi duramente questionada pelas autoridades ucranianas e europeias, novamente, sem qualquer tipo de prova, talvez apenas numa tentativa de desviar o foco.

Este apoio a tomada de poder na Ucrânia ocorreu porque a União Europeia não queria uma aproximação entre o país e a Rússia, conforme estava inclinado o governo ucraniano anterior, por isso, sempre paira a dúvida se este desejo em ajudar na resolução dos conflitos no leste ucraniano não é mais uma forma da União Europeia evitar uma aproximação entre russos e ucranianos.

O presidente russo, Vladimir Putin, conversou por telefone, nesta quarta-feira (27), com a chanceler alemã, Angela Merkel. Eles concordaram em se esforçar conjuntamente para contribuir para um rápido desfecho dos conflitos na Ucrânia, aliviar a grave situação humanitária no sudeste do país e resolver a crise por via política.

Os dois líderes apontaram que o grupo de contato para a questão ucraniana deve retomar o trabalho o mais breve possível, a fim de aliviar os conflitos. Foram ainda consideradas muito urgentes as negociações sobre o transporte do gás natural da Rússia para a Europa via Ucrânia, talvez aí, nesta questão, esteja o verdadeiro interesse da União Europeia na situação ucraniana.

Putin disse que a Rússia decidiu enviar um novo lote de apoio humanitário para as regiões de Lugansk e Donetsk, na Ucrânia. Ele também informou a Merkel os resultados de seu encontro com os países membros da União Aduaneira, o presidente ucraniano e os representantes da União Europeia, realizado nesta terça-feira (26), em Minsk, capital da Bielorrússia.

Durante o encontro, os participantes discutiram as possíveis consequências provocadas pelo acordo de associação entre Ucrânia e europeus. Segundo o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukasenko, o encontro deu um impulso para resolver a crise ucraniana, mas não resultou em nenhum acordo escrito.

Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho,
com informações da Voz da Rússia e da Rádio China Internacional