Marina desdenha do pré-sal, mas tenta escamotear posição em entrevista
A candidata à Presidência da República, Marina Silva (PSB), em entrevista ao Jornal da Globo nesta segunda-feira (1º), a reafirmou seu compromisso com os bancos quando disse que, se eleita presidente, vai recuperar o “tripé da política macroeconômica brasileira”, com independência do Banco Central e o câmbio flutuante.
Publicado 02/09/2014 11:58
Ela afirma que para haver mais recursos é necessário retomar a confiança dos “investidores”, combinando “os instrumentos de política macroeconômica com os instrumentos de política microeconômica”.
Entreguismo
Mas se por um lado, Marina baseia-se em “investimentos” da especulação financeira para sustentar a economia brasileira, do outro desdenha do pré-sal – uma das maiores reservas de petróleo do mundo – dizendo que é uma “prioridade como as outras” e que é preciso ter “alternativas”, como energia eólica, solar, etc.
Ela tentou esconder a sua posição – que foi sacramentada em seu plano de governo divulgado na semana passada – dizendo que o petróleo é uma necessidade para o Brasil e para o mundo já que “não se conseguiu a fonte de geração de energia que vai substituir esse combustível fóssil”.
Ao desconsiderar o pré-sal e ao mesmo tempo confessar que não tem uma opção que possa substituir o petróleo, Marina mostra seu entreguismo. A extração de petróleo a 7 mil metros de profundidade, a 300 km da costa fez com que o Brasil ultrapassasse a marca histórica de 500 mil barris diários, apenas oito anos após a descoberta de uma das maiores jazidas do planeta.
As reservas podem chegar a 35 bilhões de barris, levando o Brasil a dobrar a produção até 2020, chegando a 4,2 milhões de barris diários, tornando-se um dos maiores exportadores mundiais de petróleo. Mas além desses fatores econômicos, toda riqueza gerada pelo pré-sal será revertida em beneficio da população, já que a maior parte dos lucros, cerca de R$ 1,3 trilhão, será destinada à educação e à saúde.
Apesar disso, Marina não cansa de dizer que pretende fazer um governo baseando-se na política econômica de FHC e na política social de Lula, o que nunca foi compatível. Como no plano de Marina tudo é concentrado para assegurar a confiança dos especuladores, então, não é difícil imaginar o que ela pretende fazer com os recursos do pré-sal, já que no governo FHC a maior parte da riqueza do povo brasileiro era destinada às empresas estrangeiras.
Decisão com base na subjetividade
E, confirmando que não se atém à realidade ao pensar num projeto de Brasil, ela admite, quando questionada se era verdade que tomava decisões lendo aleatoriamente a Bíblia, que a subjetividade tem grande peso nas suas decisões. “Uma pessoa que crê obviamente que tem na Bíblia uma referência. Assim como tem na referência a arte, a literatura. Às vezes você pode ter um 'insight' assistindo um filme”, disse.
O apresentador insistiu no assunto: “Qual é o tamanho desse amparo que a senhora toma em preceitos religiosos, frente ao que a senhora pretende ser, que é governante de todos os brasileiros, tomando decisões nacionais?”. Marina disse que utiliza a Bíblia com o mesmo amparo“ que utiliza outros referenciais”.
Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências