Otan define a criação de grupo militar nas fronteiras da Rússia

A cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) chegou ao fim, nesta sexta-feira (5), com uma grave ameaça à Rússia. No encontro, ocorrido no País de Gales, Reino Unido, surgiram novas propostas militares e novas sanções econômicas contra o governo de Moscou.

otan - Prensa Latina

A principal medida adotada na reunião foi a criação de uma força de reação rápida da Otan que consiste em um núcleo móvel de cerca de cinco mil homens preparados para se agruparem em apenas 48 horas. A ideia é enviar equipamentos bélicos para países que fazem fronteira com a Rússia. Nesta semana, o presidente dos EUA, Barack Obama, já havia anunciado um acordo militar com a Estônia.

O encontro, que durou cerca de 48 horas na cidade portuária de Cardiff, contou com 60 chefes de Estado e debateu uma mudança drástica nas relações com a Rússia.

Ao contrário de cúpulas anteriores, nas quais os russos participaram como convidados, desta vez, o país tornou-se alvo de ataques. A principal crítica a Moscou é a de interferência no conflito que acontece no leste da Ucrânia, cujo governo de direita assumiu o poder em um golpe de Estado.

Em resposta às alegações sobre sua responsabilidade na crise ucraniana, a Rússia lembra que o problema surgiu a partir da intolerância da União Europeia em relação à decisão, em novembro do ano passado, do então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, que rejeitou uma parceria com os europeus.

Além disso, o uso da força contra as regiões rebeldes no leste ucraniano partiu das forças militares do país comandadas pelas atuais autoridades.

No entanto, a Otan acusa Moscou de ser responsável pela intensificação dos combates nas regiões de Donetsk e Lugansk, onde cerca de 2.600 pessoas, a maioria civis, morreram. Na visão da organização, os russos infiltraram soldados e enviaram armamento para os revoltosos, fato este negado pelo Kremlin.

Na cimeira da Aliança Atlântica participou como convidado o presidente ucraniano, Piotr Poroshenko. Ele se reuniu com Barack Obama e com outros líderes ocidentais com os quais discutiu a concessão do status de parceiro estratégico para a Ucrânia, o que permitiria o fornecimento de armas e tecnologia militar.

O governo reconhece que o país está devastado em termos de condições materiais, financeiras e militares.

Na reunião, também ocorreu à análise de um potencial envolvimento da Aliança Atlântica nas ações já realizadas pelos Estados Unidos contra o grupo conhecido como Estado Islâmico no Iraque e possíveis intervenções na Síria, local no qual o grupo também atua.

A cúpula também definiu os termos para terminar a missão da Otan no Afeganistão. Os próximos passos ainda dependerão de um acordo com o governo afegão.

Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina