Rússia aumentará os investimentos na defesa da Crimeia

A Rússia deve instalar um agrupamento completo militar perto das suas fronteiras na zona da Crimeia devido à agudização da situação na Ucrânia e à crescente presença militar estrangeira, declarou o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu.

Helicópteros Mi-24 estão sendo usados nos exercícios militares russos

O reforço do Exército e da Marinha na Crimeia, consideram muitos especialistas, é o desenvolvimento lógico do sistema de defesa da Rússia numa das direções mais importantes hoje. Principalmente se se tiver em conta o agravamento da situação em torno da Crimeia provocado pelo Ocidente e a Otan em particular. Os planos de instalação de um agrupamento autossuficiente são de fácil realização. O prioritário é a tarefa de reforço da Frota do Mar Negro, este processo já começou. O agrupamento da frota deve garantir o alcance e manutenção da supremacia, no mínimo, em profundidade, que garanta a livre navegação de navios e barcos de guerra da Marinha, isto é, cerca de 200-300 quilômetros de costa russa, assinala Konstantin Sivkov, presidente da Academia de Problemas Geopolíticos.

“Tendo em conta a constituição das marinhas do inimigo potencial, é preciso ter mais de uma dezena de submarinos elétricos a diesel, mais de duas dezenas de pequenos navios e lanchas capazes de portar mísseis, bem como mais de 25-30 navios antissubmarino, mais de dois regimentos de caças e um regimento de aviação naval ofensiva no mar”.

A construção de navios e de submarinos para a Frota do Mar Negro acontece com intensidade. Dentro de dois anos, os marinheiros de guerra irão ter seis novas fragatas do projeto 11356, que servem idealmente para ações tanto no mar Negro, como parte da unidade operativa da Marinha de Guerra no mar Mediterrâneo.

Ao mesmo tempo, estão a ser construídos seis submarinos elétricos a diesel do projeto 636 para a Frota do Mar Negro. Estes submarinos podem detectar um alvo a uma distância de três a quatro vezes maior do que a que são detectados pelo inimigo. Dois submarinos devem completar a frota até ao Ano Novo, mais dois em 2015 e os restantes em 2016.

Segundo alguns dados, parte dos submarinos pertencerá a divisão que está aquartelada em Sevastopol. Provavelmente, para a Península da Crimeia serão transferidos mais caças Su-27, aviões antissubmarino Tu-142 e Il-38. Hoje. Nos aeródromos da Crimeia estão deslocados caças-bombardeiros táticos e de reconhecimento Su-24 e anfíbios Be-12, helicópteros de combate e de transporte, assinala Konstantin Sivkov.

“Para a defesa contra desembarques é necessário ter pelo menos duas divisões do exército e mais de três divisões de tropas costeiras de mísseis para rechaçar forças de desembarque que tentem chegar à costa. Claro que forças e meios de defesa antiaérea: até um regimento de mísseis antiaéreos. Tudo isso é preciso para resolver as tarefas, em geral, no teatro de ações de combate no mar Negro”.

Nos últimos tempos aumenta o risco de reforço da presença militar estrangeira junto das fronteiras russas. Claro que a Otan constitui uma ameaça à paz e estabilidade, porque ela aproxima-se das fronteiras russas. Aumentam os riscos de conflitos tanto imprevistos como planeados. E isso pode ter sérias consequências. E a Rússia, considera o especialista, só pode contrapor a isso o aumento adequado de força nas suas fronteiras. É necessário aumentar o número de tropas no Distrito Militar do Sul, incluindo da Força Aérea, Defesa Antimíssil, Exército e Marinha.

Fonte: Voz da Rússia