Mujica: "O mundo precisa fortalecer as ações de diálogo e cooperação"

O presidente uruguaio, José Mujica, convocou neste sábado as lideranças mundiais na atuação para deter o aumento da tensão internacional e garantir a paz e um governo global.

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O texto, distribuído neste sábado (20) pela Secretaria de Comunicação da Presidência, assinala que foram acumulando tensões crescentes e que o clima político está tenso.

"Os episódios de guerra ou conflitos graves, ou de desestabilização, que afetam a regiões inteiras ou a países, se multiplicaram", disse Mujica e citou vários exemplos, agregando que "a lista seria interminável".

Conflitos que estavam latentes explodem e se voltam guerra declarada, outros, antigos, se agravam. Em todos os casos, com milhares de vítimas inocentes que chamam a nossa consciência e reclamam nossa intervenção, afirmou.

No texto, o presidente recordou os tempos da Guerra Fria, e disse que agora "foram interrompidas as negociações pelo desarmamento e se fala novamente de planos de implementação armamentística".

Mujica disse que antes se enfrentavam duas grandes potências em um mundo perfeitamente bipolar, mas agora se trata de "um grupo grande de novos aspirantes a ocupar os primeiros lugares do poder global".

Todos, propôs Mujica, com enorme poder político e econômico e aspirações de seguir crescendo, quase todos com armamento nuclear a disposição.

Alertou assim mesmo que o panorama futuro provavelmente será de "uma multiplicação de confrontos sangrentos, de sanções e de embargos, de limitação do comércio e das políticas de desenvolvimento".

"Mas, pode ser ainda pior. Se o clima segue-se difício e as tensões aumentam, não terá já um telefone vermelho como o que vinculava às duas superpotências do século 20" , disse.

O presidente sentenciou que "as possibilidades de deter, ainda que mais não fosse in extremis, uma hecatombe, se reduzirão drasticamente".

Ás vésperas da Assembléia Geral da ONU, o presidente uruguaio perguntou: Será possível que os dirigentes das nações dediquem suas forças a melhorar a vida de suas congéneres?

Fonte: Prensa Latina