Sistema Cantareira atinge pior nível da história, chegando a 8,1%

O nível do Sistema Cantareira, complexo de represas que abastecem a região da grande São Paulo, atingiu neste domingo (21), o pior nível registrado da história, com apenas 8,1% da sua capacidade total de armazenamento.

Tubuilações instaladas para acessar reserva técnica

Desde 16 de maio, o fornecimento para os quase 9 milhões de consumidores que dependem desse Sistema, ganhou o reforço da reserva técnica ou volume morto – água que fica abaixo do nível de bombeamento, com a entrada de mais 182,5 bilhões de litros, o que elevou, na época, o total armazenado para 982,07 bilhões de litros.

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Agência Nacional de Águas deixa gestão do Sistema Cantareira

A Agência Nacional de Águas (ANA) decidiu deixar o Grupo Técnico de Assessoramento para a Gestão do Sistema Cantareira (GTAG-Cantareira), informou nesta última sexta-feira (19) o órgão regulador federal.

A ANA afirma que a decisão de deixar o grupo "baseia-se nas manifestações do secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, nas quais ele nega acordo sobre a proposta de novos limites de retirada de água do Sistema Cantareira para a Região Metropolitana de São Paulo e na ausência de recomendações de vazões a serem praticadas desde o dia 30 de junho".

Redução na captação

A ANA propôs, em reunião do GTAG em 21 de agosto, redução da retirada de para 18,1 metros cúbicos por segundo de água do Cantareira a partir de 1º de outubro e para 17,1 metros cúbicos por segundo a partir de 1º de novembro.

Segundo a agência, o governo afirmou que a diminuição nas captações estaria sendo compensada por transferências de vazões em outros sistemas operados pela Sabesp. A indefinição, de acordo com a ANA, dificulta o ajuste necessário entre as disponibilidades e demandas por água nas regiões atendidas pelo Cantareira.

Racionamento não declarado

Há meses, moradores de vários bairros da capital paulista sofrem ao ficarem por dias sem o abastecimento de água. Alguns comerciantes, em regiões boemias da cidade, fecharam suas portas por não poderem atender o público à noite, momento em que as caixas d’água ficam vazias. A Sabesp e o governador Geraldo Alckmin continuam a negar que exista racionamento.

Da redação com agências