Armínio reafirma: "Vamos reduzir os empréstimos dos bancos públicos"

O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e "candidato" a ministro da Fazenda no governo de Aécio Neves tentou explicar, mas acabou reafirmando sua posição sobre o papel dos bancos públicos, depois de ter dito, numa apresentação recente "não sei bem o que vai sobrar".

Armínio Fraga

Ao ser questionado sobre como seria o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social de Aécio, Armínio respondeu aos jornalistas do jornal O Globo: "Não vamos acabar com o BNDES, que é um instrumento importante". Mas, entretanto, antecipou o desejo de reduzir o tamanho da instituição e reduzir o volume de empréstimos para empresas públicas e privadas. 

"Hoje, não há meta para o tamanho do banco, mas, com critério, sem emprestar para Petrobras e grandes empresas que têm acesso a crédito privado, volume de desembolsos deve diminuir aos poucos", afirmou Armínio.

Na mesma entrevista, ele afirmou que pretende trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% "em dois ou três anos" e disse que o instrumento não será "só juros". Uma das principais críticas a Armínio diz respeito ao fato de ter elevado a taxa de juros para 45% ao ano, quando assumiu o Banco Central, e não ter cumprido a meta de inflação em dois anos de sua gestão – no primeiro com 7% e no segundo com 12%. O economista afirma que a inflação cairá, também, com um choque de confiança, elevando investimentos e a oferta de produtos na economia brasileira.

Anteriormente, em palestras e para a imprensa, o economista, que já havia dito que a valorização do salário mínimo "atrapalha", diz que, em sua gestão, do BNDES, Banco do Brasil e Caixa não deverá "sobrar muito". Na ocasião, Armínio afirmou que o modelo brasileiro – formado por "três grandes bancos públicos em atuação", BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal –, "não é um modelo favorável ao crescimento, ao desenvolvimento" do país.

Posição da presidenta

Sobre o assunto, a presidenta Dilma Rousseff criticou o que considera uma "temeridade" a redução do papel dos bancos públicos. Para Dilma, esta possibilidade é "um pleito absurdo".Segundo a presidente, o BNDES está em terceiro lugar no mundo em financiamento público, com US$ 368 bilhões em ativos. Ela disse que a instituição dá lucro e está atrás apenas dos bancos da China e da Alemanha. “O BNDES tem taxa de inadimplência de 0,06%. No primeiro semestre de 2014, deu um lucro de R$ 5,5 bilhões. O BNDES é um banco de grande porte. É uma leviandade tratá-lo como vem sendo tratado nesta campanha.”

A candidata destacou a importância dos bancos públicos, principalmente no financiamento de programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, para programas educacionais e projetos de infraestrutura.

“[São importantes] Porque a preço de mercado você não consegue garantir muitas oportunidades. O exemplo que eu sempre dou é de alguém que for comprar a casa própria ganhando até R$ 1,6 mil. Até R$ 1,6 mil a pessoa só pode comprometer 5% da renda. Significa que a pessoa pode fazer [financiamento graças aos bancos públicos], pode realizar o sonho da casa própria”, declarou.

Com informações das agências