Com sala cheia, “Osvaldão” estreia na Mostra de Cinema de SP

Começou nesta quinta-feira (17) a 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O Filme “Osvaldão”, dos diretores Vandré Fernandes, Ana Petta, Fabio Bardella e André Michiles, estreou no Espaço Itaú de Cinema com sucesso de público e crítica.

Osvaldão - Reprodução

A força de Osvaldão, para Ana Petta, foi o destaque da obra, “as pessoas ficaram impressionadas com a força do personagem e os detalhes da história”, disse ela.

Detalhes estes que foram pela primeira vez apresentados no cinema. Apesar de já existir outras obras sobre a Guerrilha do Araguaia, entre elas “Araguaia, a Guerrilha”, de Vandré Fernandes; “Araguaya, a conspiração do silêncio”, de Ronaldo Duque e o documentário da Fundação Maurício Grabóis “Camponeses do Araguaia: a guerrilha vista por dentro”, não havia um relato sobre Osvaldão, que foi uma das figuras mais importantes desta resistência fundamental para derrubar a ditadura militar.

Leia mais: 
Filme Osvaldão é exibido na 38º Mostra Internacional de Cinema de SP

O filme que foi bem recebido tanto pelo público quanto pela crítica conta a história de um dos mais destacados guerrilheiros do Araguaia, Osvaldo Orlando da Costa, conhecido com Osvaldão. E o apelido não poderia ser diferente para um homem com mais de 2 metros de altura e uma força que os povos da região diziam ser além do normal.

“Foi muito gratificante ver o filme na telona pela primeira vez, ficamos satisfeitos com o resultado”, disse Ana Petta sobre a obra.

Os poucos familiares de Osvaldão, três sobrinhos, estavam presentes na estreia e gostaram do resultado de como o tio foi construído no cinema. A obra traz relatos dos moradores da região do Araguaia que conviveram com Osvaldão durante a resistência à ditadura militar. Frases como “era capaz de se transformar em pedra e em árvore”, “era muito forte”, ou “um mito”, dão conta de externar a experiência de quem pode conhecer este militante de perto.

Filho de ex-escravos, portanto nascido em uma família muito humilde no interior de Minas Gerais, Osvaldão deixou o município de Passa Quatro para estudar no Rio de Janeiro, devido à atitude e ao tamanho, nunca passou despercebido e logo seria reconhecido por outras qualidades além da inteligência fenomenal.

Na cidade maravilhosa, Osvaldão foi campeão carioca de boxe pelo Club de Regatas Vasco da Gama, na década de 1950. Mas preferiu abandonar a carreira de lutador ao conseguir uma oportunidade de estudar engenharia em Praga, na antiga Checoslováquia, onde viveu por vários anos. Membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), com treinamento na China, voltou para o Brasil para ser uma das figuras mais importantes da luta contra a ditadura militar.

O filme segue em cartaz durante a mostra e será exibido mais duas vezes, uma no dia 28, às 15h30, no Museu da Imagem e do Som, e outra no dia 29, ás 19h, no Centro Cultural São Paulo, na Sala Lima Barreto.

Por Mariana Serafini, da redação do Portal Vermelho