“Aécio planta inflação pra colher juros”, diz Dilma em ato na PUC

Com o auditório do Teatro Tuca, na PUC de São Paulo, completamente lotado e com uma multidão do lado de fora, apesar da garoa e do frio, a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, recebeu o apoio de artistas, intelectuais, estudantes, de ONGs e entidades ligadas aos movimentos negro e LGBT de São Paulo, além de políticos de partidos aliados.

Dilma Tuca apoio de artistas

“Este ato coroa um momento especial de uma campanha que teve momentos extremamente tensos e diferenciados. Mas agora ao se encaminhar para a fase final ela colocou mais clareza no cenário [eleitoral]. O cenário estava um pouco cheio de nuvens. Mas agora é muito claro o que está em questão”, afirmou a presidenta Dilma, enfatizando que existem dois projetos distintos para o Brasil neste segundo turno das eleições.

Entre os artistas presentes estavam o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina, o escritor e jornalista Fernando Morais, o escritor Raduam Nassar e a compositora e deputada estadual reeleita Leci Brandão (PCdoB-SP). Um vídeo com o depoimento do cantor e compositor Chico Buarque foi exibido durante o evento.

“Não podemos deixar que volte o tipo de política que olha para o país de forma irresponsável. De hoje até dia 26, vamos virar cada voto, e vamos ganhar essas eleições nas urnas”, destacou Dilma, afirmando que o projeto do tucano Aécio Neves (PSDB) “planta inflação pra colher juros” e põe em risco a geração de emprego.

Empregabilidade

“Eles inventaram o termo ‘empregabilidade’, como se tivesse gente mais ‘empregável’. Em 2002, eram 11,5 milhões de desempregados. O Brasil só perdia para a Índia em número de desempregados no mundo”, enfatizou.

O ex-presidente Lula também participou do evento e afirmou que Dilma foi agredida mais que ele quando disputou a Presidência da República. “Esse rapaz [Aécio Neves] deve ter um problema que eu não vou explicar qual é, porque eu não sei. Eu jamais teria a coragem de chamar, não é de uma mulher, não, mas na frente de um homem que ocupasse a Presidência, jamais teria petulância de chamá-la de leviana ou mentirosa”, argumentou Lula.

Ele disse que jamais poderia imaginar que um candidato pudesse se referir à presidenta da República com palavras tão agressivas como fez Aécio Neves nos debates. “Não é possível que esse rapaz não tenha tido educação e berço. Ele foi incapaz de respeitar uma senhora, uma mãe, uma avó”, asseverou Lula.

O ex-presidente também questionou se Aécio teria se comportado da mesma forma, se estivesse em disputa com um homem, ao invés de uma mulher. “Tem gente que só sabe ser durão contra mulher. Nós nunca dirigimos a eles metade das grosserias que eles usam”, afirmou. E completou: “A resposta que a gente vai dar a eles é a vitória de Dilma”.

Ódio tucano

Dilma também falou do tom agressivo da campanha e atribuiu essa situação à tentativa sistemática dos tucanos de pregarem inverdades a respeito de seu governo. “Nós enfrentamos uma guerra da comunicação contra aquilo que é a verdade dos fatos”, pontuou a presidenta.

Ela também lembrou que a gestão dos tucanos é responsável pelas crises de abastecimento de energia e, agora, de água. “Aqui em São Paulo mais uma vez se mostram as consequências da visão que é contra o planejamento, o investimento planejado e que não tem responsabilidade pública com o abastecimento da população. A energia elétrica é um caso e a água é outro”, destacou Dilma, que frisou que tanto o apagão de energia como a crise hídrica em São Paulo se devem à “incapacidade de gestão” do PSDB.

Amplo apoio

Representante da luta pelas minorias no Congresso Nacional, o deputado do Psol Jean Wyllys reafirmou seu apoio à candidata. Ele disse que Dilma representa um melhor projeto por proporcionar avanços na sociedade brasileira, mantendo sempre o diálogo com as minorias, ao contrário do PSDB.

“Eu tenho memória e lembro que era o único que pegava ônibus e não tinha negros na minha faculdade. Hoje há a negros, há mulheres, há gente da periferia”, justificou Wyllys.

O secretário nacional da Juventude do PT, Jefferson Lima, ressaltou que esse momento é importante para que haja a engajamento de cada militante. Para o secretário de juventude do Movimento Sem Terra (MST), Raul Amorim, o importante é investir no diálogo com os eleitores indecisos. “É momento de chegar no vizinho, no amigo ou naquele que está indeciso e conversar sobre o projeto que está em jogo neste país”, disse ele.

Participaram ainda do ato o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o senador Eduardo Suplicy, o coordenador da campanha Miguel Rossetto, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, o ex-ministro Luis Carlos Bresser Pereira, o jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, o sociólogo Chico de Oliveira, Bruna Caran, Sérgio Mamberti, José Celso Martinez, Gilberto Maringoni, o presidente estadual do PCdoB e deputado federal eleito Orlando Silva e a representante da UJS Carina Vitral.

Confira o vídeo com a multidão que tomou a rua Monte Alegre.

Com informações de agências