Posição em conflito sírio faz aumentar tensão entre Turquia e EUA

As tensões entre Turquia e Estados Unidos crescem hoje em torno do tema da ajuda a grupos curdos que enfrentam o movimento radical sunita Estado Islâmico (EI) na cidade síria de Ain Al Arab.

Recep Tayyip Erdogan

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, indicou que o lançamento de caixas com armas feito pelos aviões estadunidenses C-130 para seguidores do Partido da União Democrática (PYD) em Ain Al Arab, no fim de semana passado, ocorreram apesar da oposição de Ancara.

Advertimos ao presidente norte-americano, Barack Obama, que essa missão era um erro, indicou Erdogan, citado pelo jornal Hurriyet Daily News.

O governo turco considerou que tanto o EI como o PYD são organizações terroristas, alguns dias após finalizar grandes protestos em cerca de 15 províncias turcas contra a indiferença do executivo frente aos ataques do EI em Ain al Arab.

A cidade síria, conhecida como Kobane pela comunidade curda residente ali, é atacada pelo movimento sunita desde 16 de setembro, o que provocou um êxodo de 200 mil pessoas, em sua grande maioria mulheres, crianças e idosos.

Erdogan criticou, sobretudo, a queda nas mãos do EI de parte do arsenal enviado pelo Pentágono aos curdos.

A Síria acusa a Turquia de treinar, munir e financiar formações armadas opositoras, inclusive o EI e a Al Nusra, ligada à rede Al Qaida, enquanto a imprensa local denunciou então o envio furtivo de comboios com armas para esses grupos.

Ancara condiciona sua participação em uma coalizão liderada por Washington para combater o EI a situar como objetivo dessa missão a derrubada do presidente sírio, Bashar Al Assad, e à criação de uma zona de exclusão aérea em sua fronteira com a Síria.

Fonte: Prensa Latina