Honório Rocha: Que novos valores são esses, senador Aécio?

O Brasil chegou nestas eleições, em 26 de outubro, mais forte do que nunca, quanto aos valores cultivados nos últimos tempos pela maioria dos brasileiros e das brasileiras e pelos setores populares e democráticos.

Por Honório Rocha*

Eleições 2014 LOGO DO VERMELHO

A liberdade de manifestação não criminosa e as garantias democráticas foram plenas, um verdadeiro exemplo elogiado pelo mundo inteiro. O processo transcorreu de forma soberana, o tempo em que os Estados Unidos aportavam sua frota naval em águas brasileiras para interferir no processo, ficou no lixo da história.

Dilma convenceu a maioria do povo brasileiro de suas propostas, foi eleita, será empossada e governará por mais quatro anos o destino do nosso país. O Brasil continua uno, solidário por sua maioria e ansioso para melhorar ainda mais as condições de vida de todos e todas. As instituições estão fortalecidas e “a corrupção continuará, como nunca neste país, a ser combatida, doa a quem doer, não ficará pedra sobre pedra”. Com bem diz nossa presidenta.

Corruptores e corruptos virão à luz em legítimos processos republicanos. Ninguém será acusado e condenado sem provas e julgamento. O devido processo legal e o princípio da ampla defesa, como convém a qualquer democracia que ser preze, serão garantidos.

Chama-me a atenção, no entanto, novos comportamentos, atitudes e manifestações que tradicionalmente não aparecia e que na campanha foram açulados pela direita reacionária e que apareceram no pós-eleição.

Após o anúncio dos resultados pelo Tribunal Superior Eleitoral, não passou nem 24 horas pós-eleição de Dilma Presidenta e já sobe um odor estranho dos chamados novos valores. Separatismo, fortes preconceitos reacionários regionais, de classe e contra os partidos da esquerda, focos nazifascistas, fundos traços de autoritarismo e golpismo.

Nada mais legítimo do que o estado cuidar e apoiar os setores sociais mais vulneráveis como ocorre hoje no Brasil, bem como os setores mais dinâmicos da economia como também acontece.

Vamos falar sério e deixar de hipocrisia, no Brasil democrático de hoje tem bolsa pra rico, remediados e para os pobres também e todos, direta ou indiretamente pagam seus impostos. Banco, construtoras, montadoras de automóveis, grandes conglomerados do varejo, o agronegócio e setores da classe média tem tido muito apoio do governo.

Investir em crescimento econômico, geração de empregos, distribuir renda, adotar políticas públicas de inclusão é uma obrigação do estado.

Se aos setores mais vulneráveis da sociedade restar apenas às leis do "deus mercado", tratar igualmente os desiguais, já sabemos os resultados que darão: fome, miséria, desalento, desesperança, violência e gerações e gerações eternamente no ciclo criminoso da pobreza e da miséria. A avó era empregada doméstica e a partir disso, a mãe, a filha, a neta, a bisneta, estarão condenadas a serem empregadas domésticas. E por aí vai, o avô que era servente de pedreiro, boia fria, enfim. É preciso aceitar que a Lei Áurea já é secular.

Não, esses novos valores devem ser repelidos por todos que tem senso de justiça, solidariedade e de democracia. Não podem e nem devem prevalecer esses novos valores.

O Brasil só é hoje a 7ª Economia do mundo, porque seu povo é trabalhador, solidário e ama o seu país. A maior riqueza do Brasil é o povo brasileiro. Cuidemos dos valores republicanos e humanísticos sempre defendidos e cultivados pela ampla maioria da nossa gente.

*Honório Ângelo da Rocha é filiado ao PCdoB há 28 anos e servidor aposentado da Universidade Federal de Goiás (UFG).