Justiça da Itália nega pedido de extradição de Henrique Pizzolato

A Corte de Apelação de Bolonha, na Itália, negou o pedido de extradição de Henrique Pizzolato feito pelo Brasil. O ex-diretor do Banco do Brasil fugiu do país em setembro do ano passado, antes do fim do julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal (STF), e foi preso em fevereiro em Maranello (Itália). Pizzolato já está em liberdade.

Em junho, a corte iniciou o julgamento, mas em seguida suspendeu a sessão para solicitar esclarecimentos do governo brasileiro sobre as condições dos presídios nacionais.

Um dos argumentos da Justiça italiana para negar a extradição foi a situação dos presídios brasileiros. Segundo os juízes, as penitenciárias do Brasil não teriam condições de receber Pizzolato, e lembraram as recentes mortes ocorridas em Pedrinhas, no Maranhão.

O julgamento na Itália durou mais de cinco horas. Pizzolato chegou ao Tribunal de Apelação de Bolonha pouco antes do início da sessão, por volta das 7h, em um camburão fechado. A presença da imprensa na corte foi negada. E à tarde já estava em liberdade.

Saída da prisão

Pizzolato deixou a carceragem sozinho. Enquanto aguardava a esposa, Andrea Haas, conversou rapidamente com jornalistas e disse que a  "Justiça italiana é melhor que a brasileira porque não se deixa influenciar pela mídia", afirmou.

Ele disse ainda que não sabia que Dilma Rousseff havia sido reeeleita presidente do Brasil. "Estou sabendo agora", afirmou. Também negou ser culpado dos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e corrupção. "Nunca perdi uma noite de sono", disse.

Na porta da prisão, Pizzolato ainda afirmou que os oitos anos que passou em sua casa no Brasil, enquanto aguardava o julgamento do processo, foram piores do que os nove meses que ficou detido na Itália.

O Brasil já indicou que vai recorrer da decisão, o que significa que o caso se arrastará por 2015, em uma Corte em Roma. O processo completo deve ser publicado em 15 dias.

Com agências
Matéria atualizada às 18h32