Mulheres baianas debatem visibilidade em segmentos da Cultura

Começa nesta terça-feira (28), em Salvador, na Bahia, o Seminário Nacional Mulher e Cultura, onde serão debatidas ações e os espaços de visibilidade das mulheres em segmentos culturais. Mesas de debate, apresentações e rodas de diálogo integram a atividade que segue até sexta-feira (31).

Luciana Tavares - Arquivo pessoal

Com a participação de coletivos femininos, mulheres indígenas, negras e sociedade civil organizada, o seminário tem como principal objetivo fortalecer as ações culturais realizadas por e sobre mulheres, além de promover reflexões e debates a respeito da temática.

De acordo com a líder sindical Flora Brioschi, que vai participar do evento, a ideia é promover o debate em torno do empoderamento da mulher em todos os espaços da sociedade, não apenas nos meios culturais. Ela afirma que a atividade contará com a participação de mulheres de todos os estados brasileiros e diversos meios de atuação.

A mesa de abertura será a respeito da temática Mulher, Cultura e Comunicação, comunicadoras e ativistas culturais de todo o país vão poder fortalecer este debate e, principalmente, uma rede de articulação feminina nacional.


Flora Brioschi é metalúrgica, dirigente sindical na Bahia
 
A ideia é que as participantes sejam multiplicadoras da discussão fortalecida durante o fórum, e tenham condições de desenvolver ou militância ou pesquisa sobre o tema central do evento e assuntos transversais.
 
 

Os debates e rodas de diálogo terão como temas: “Mulher: Tradição e Contemporaneidade”, “Mulheres da Cultura”, “Mulher, Cultura e Comunicação”, “Mulheres e Conhecimentos Tradicionais” e “Cultura e Contemporaneidade”.

Já a líder comunitária Luciana Tavares o grande desafio da atividade é fazer a mulher compreender o a importância do papel dela dentro do circuito cultural e da realização pessoal que esse tipo de atuação pode trazer. “A mulher hoje tem muitas tarefas, trabalha fora, cuida da casa, dos filhos, ou a própria dona de casa não tem tempo para se dedicar a outras atividades.
Muitas mulheres só participam da cultura através de uma religião, se não é assim, não estão inseridas, falta incentivo de um lado e compreensão da mulher sobre a importância dela neste processo de outro”, explica.

Luciana destaca a atitude da presidenta Dilma em demonstrar preocupação com o desenvolvimento cultural das mulheres brasileiras. Ela vê como uma posição acertada e acredita que com mais incentivo as produções culturais poderão ser mais ocupadas pelo público feminino.

Histórico

Ao adotar como um de seus princípios a igualdade e o respeito à diversidade, o II Plano Nacional de Políticas para Mulheres registrou que a promoção da igualdade de direitos entre mulheres e homens requer respeito e atenção, dentre outros aspectos, à diversidade cultural.

Nesta linha, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) vem implementando os debates sobre mulher e cultura desde a IV Conferência Estadual de Cultura, que possibilitou discussões segmentadas sobre a temática. Além disto, em 2013, foi realizada a I Conferência Setorial de Mulher e Cultura, que encaminhou para encontro nacional demandas específicas do setor e articulou a formação de um grupo de debate para dialogar juntamente com os órgãos, as proposições de demandas.

Entretanto, no universo ampliado das manifestações culturais, a presença da mulher, apesar de visível e marcante, nem sempre é devidamente valorizada. O Seminário Nacional Mulher e Cultura reforça a proposta da criação de um espaço de interação entre diferentes agentes femininos de cultura do Brasil.

Mais do que ampliar o espaço de diálogo, este Seminário destaca a relevância do debate sobre a participação feminina, nos diversos espaços governamentais e de consulta; fortalece as discussões dos segmentos através das mesas temáticas e otimiza a criação de estratégias para divulgação e aprimoramento das ações.

O Seminário Nacional Mulher e Cultura é uma realização da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura – Bahia, com parceria do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), por meio do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM), da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM-BA), da Secretaria de Comunicação (Secom-BA) e da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).

Por Mariana Serafini, da redação do Vermelho