Rússia reconhecerá resultado das eleições na Ucrânia, diz Lavrov
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira (27) que a Rússia vai reconhecer os resultados das eleições legislativas de domingo (26) na Ucrânia, vencidas pelos partidos pró-europeus. “Creio que vamos reconhecer as eleições, porque, para nós, é muito importante que surjam finalmente na Ucrânia autoridades que não se dediquem a lutar umas contra as outras nem a arrastar a Ucrânia para Leste ou Oeste, mas aos reais problemas do país”, disse Lavrov.
Publicado 28/10/2014 10:02
O ministro disse estar convencido de que a Rússia vai encontrar um interlocutor no novo governo e na nova Rada Suprema (o Parlamento). A força mais importante na Rada será o bloco de Petro Porochenko, o presidente ucraniano. "É nosso parceiro e parceiro do nosso presidente nas negociações para resolver o conflito no Leste da Ucrânia", disse, sublinhando que Porochenko sempre se mostrou disposto a cumprir o acordo de cessar-fogo de 5 de setembro e o memorando de paz de 19 de setembro.
Resultados oficiais parciais, relativos ao escrutínio de 55% dos votos, indicam que quase 70% dos votos foram em partidos favoráveis a uma aproximação da Ucrânia à União Europeia (UE).
Por outro lado, os resultados mostram também que Porochenko, eleito em maio no primeiro turno, não vai poder governar sozinho e terá de se aliar com o primeiro-ministro, Arseni Iatseniuk.
O bloco Petro Porochenko obteve até agora 21,6% dos votos, praticamente empatado com a Frente Popular de Iatseniuk, com 21,4%.
Em terceiro lugar surge o partido Samopomitch (11%) que, tal como a Frente Popular, defende firmeza ante os separatistas do Leste, mas não uma guerra.
Entre os partidos às vezes chamados “partidos da guerra” estão o Partido Radical (7,3%), do populista Oleg Liashko; e o Batkivshtshina (5,6%), da ex-primeira-ministra Iulia Timoshenko.
Os antigos aliados do presidente pró-russo deposto em fevereiro Viktor Ianukovitch, reunidos no Bloco da Oposição, obtiveram 9,8% e, pela primeira vez, o Partido Comunista, não atingiu o limiar mínimo de 5% para entrar no Parlamento.
Fonte: Agência Brasil