Reeleição de Dilma teve boa repercussão na América Latina 

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) considerou, em pronunciamento no Plenário, esta semana, que “a América do Sul respirou aliviada” com a reeleição da presidenta Dilma no Brasil. O senador analisa que “a reeleição da presidenta Dilma Rousseff tem esse impacto na América do Sul, por ser mantida no Brasil uma condução política favorável ao fortalecimento do projeto de desenvolvimento nacional que repercute em toda a América do Sul, positivamente”.

Reeleição de Dilma teve boa repercussão na América Latina - Agência Senado

Segundo o parlamentar, “o país precisa ter autoridade, ter independência, para o desenvolvimento da nossa agricultura, a geração de emprego, o desenvolvimento industrial, a produção científica e de tecnologia própria”.

Ele alertou que “isso mexe com largos e grandes interesses que procuram, através de grandes conglomerados industriais privados e com apoio das suas nações, brecar esse projeto próprio. Não é à toa que nós estamos construindo uma política externa do Brasil ligada à América do Sul, ligada ao BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que são os países em desenvolvimento”.

“Queremos ter relações cada vez mais fortes com os Estados Unidos, cada vez mais fortes com a Europa, só que em outra circunstância. Nós queremos ter relações de iguais, de países continentais, que têm os seus projetos, que têm os seus interesses, e são esses interesses que vão à mesa, e não a subordinação”, explicou Inácio, para quem a luta para o Brasil ter mais autonomia e mais soberania “incomoda lá fora e incomoda a nossa elite conservadora.”

Novas relações

O resultado da eleição presidencial recebeu aplausos em toda a América do Sul. “É como se toda a América do Sul tivesse respirado aliviada. Porque, durante esse período mais recente – de curto tempo na história, porque são 12 anos –, nós nos livramos de uma subordinação que era a construção da chamada Alca (Área de Livre Comércio das Américas)”, proposta pelo governo do Estados Unidos.

Inácio lembrou que o Brasil ajudou a construir novas relações na América do Sul, “que nos fortalecem em termos de unidade na região. Aqui nós buscamos fortalecer o Mercoul (Mercado Comum do Sul). Éramos quatro países como membros permanentes, agora somos cinco. Mais países querem entrar como membros permanentes. Bolívia já anunciou que quer entrar. Então vai aumentando esse bloco, vai aumentando a força da unidade sul-americana.”

Ele falou também sobre a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e a Celac (Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos). “São instrumentos de consolidação de uma política de unidade forte e mais ampla. São esses movimentos que ajudamos a construir, tendo em conta estar no governo uma força mais avançada, mais progressista na sociedade brasileira”.

Na opinião de Inácio, é necessária também a criação do Banco do Sul, como banco de desenvolvimento. “Nós precisamos ligar mais intensamente essas nações, do ponto de vista da logística e da infraestrutura, com o Brasil. Nós precisamos deles e eles precisam do Brasil. Então essa liga se fortalece.”

Ele destacou que mesmo governos conservadores, como é o caso da Colômbia, aplaudiram a reeleição da Presidente Dilma, “porque sabem que esses projetos, inclusive o projeto de paz na Colômbia, têm uma participação positiva do Governo e do Estado brasileiro”.

De Brasília
Márcia Xavier