Em encontro com Alckmin, governo federal diz que quer ajudar SP

A presidenta Dilma Rousseff reuniu-se nesta segunda-feira (10) com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para buscar uma saída para a crise hídrica em São Paulo. Após a reunião, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que o governo federal está muito preocupado com a situação dos paulistas e, por isso, está disposto a resolver a questão.

ministra do Planejamento, Miriam Belchior

Além da presidenta e do governador de São Paulo, a reunião contou com a presença das ministras do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que debateram por cerca de uma hora no Palácio do Planalto, em Brasília.

Segundo Miriam Belchior, o governador de São Paulo apresentou à presidenta Dilma Rousseff uma lista de ações que pretende promover nos próximos anos. Destas, oito obras que estão em andamento.

De acordo com a ministra, a presidenta Dilma fez uma série de perguntas sobre a função e o papel de cada uma dessas obras e ficou estabelecido que na próxima segunda-feira (17), haverá uma reunião técnica para discutir com maior detalhamento a situação desses projetos. Dilma solicitou ao governador ainda que façam projetos a longo prazo, disse a ministra.

“A presidenta viu com bons olhos o conjunto das obras, mas nós vamos ter uma conversa mais aprofundada para que ela bata o martelo naquilo que o governo federal ajudará São Paulo”, disse a ministra Miriam Belquior.

Segundo a ministra, na semana que vem já se terá uma resposta do melhor formato de financiamento. “É comum a presidenta dizer que o montante de recursos, claro, depende da nossa capacidade, mas, fundamentalmente, depende da importância das obras a serem realizadas. Se durante o processo de discussão estiver clara a importância das obras para o abastecimento da região, nós poderíamos até apoiar tudo”, afirmou.

Sem crise

Contrariando as evidências, o governador repetiu aos jornalistas que não há risco de desabastecimento de água em São Paulo e negou a possibilidade de racionamento. Geraldo Alckmin disse apenas que espera que o governo federal contribua com o “máximo que puder” no total de investimentos estimado. “São Paulo não tem racionamento de água, o abastecimento está garantido, estará garantido em novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, primeiro semestre, segundo semestre”, afirmou o governador.

As propostas iniciais de oito obras foram orçadas em R$ 3,5 bilhões, segundo o governador, e envolvem empreendimentos com prazo de execução que variam de nove meses a dois anos e meio. As obras apresentadas são: a interligação dos reservatórios Atibainha e Jaguari; dois novos reservatórios em Campinas e adução dessas estruturas; estações de produção de água de reuso para reforço dos sistemas Guarapiranga e Baixo Cotia; interligação do Rio Jaguari com o Atibaia; interligação do Rio Pequeno com a Represa Billings; e perfuração de poços artesianos na região do Aquífero Guarani.

Há obras que já podem ficar prontas no ano que vem, como as estações de reuso, disse Alckmin, e há outras que levam até três anos para ficarem prontas. Ele classificou essas obras como “estruturantes” e citou projetos hídricos de curto prazo: “Vamos entregar neste mês de novembro mais um metro cúbico por segundo no Guarapiranga. São 300 mil pessoas que saem do Cantareira e passam para o Guarapiranga”, alegou.

O governador Geraldo Alckmin confirmou que vai detalhar projetos e discutir sobre o financiamento das obras na próxima semana.

Da Redação do Vermelho
Com informações do Estadão e Agência Brasil