Sem acordo, comerciários continuam com paralisações em Salvador

O Sindicato dos Comerciários de Salvador anunciou que a categoria não pretende terminar a greve enquanto o patronato não discutir o reajuste salarial e assinar a Convenção Coletiva. A data-base dos trabalhadores é em março e, de lá para cá, não houve diálogo com os empresários do setor, que se negam a tratar sobre a alimentação, item conquistado na campanha salarial de 2014.

Comerciários da Bahia - Sindicato dos Comerciários

Por conta do impasse, os comerciários realizam, durante essa semana, paralisações no Centro da capital baiana, um dos principais pontos de comércio da cidade. Nesta quarta-feira (12), cerca de 150 manifestantes adentraram e fecharam as lojas do Shopping Piedade, um dos mais populares da região, em protesto contra a resistência dos patrões em negociar.

“É um absurdo o que os empresários estão fazendo com a categoria. Nossa data base é março, já estamos no mês de novembro e até hoje não tivemos rodadas de negociações. Os patrões estão chantageando os trabalhadores, dizendo que só dão o reajuste se for retirada a alimentação, que conquistamos em 2013”, explicou Jaelson Dourado, presidente do sindicato.

Sem o acordo, Dourado garante que o sindicato vai intensificar as paralisações em Salvador e ampliar os movimentos também para outros shoppings da capital. Além do Shopping Piedade, também foram realizadas mobilizações nos shoppings Barra, Center Lapa, Iguatemi e Salvador, e nos bairros de Cajazeiras, Pau da Lima, Liberdade e Calçada.

Pauta

Na pauta de reivindicações dos comerciários estão reajuste de 13%, vale-refeição diário de R$ 9 ante os R$ 8,40 pagos atualmente. A categoria já solicitou a intermediação do Ministério Público e da Superintendência Regional do Trabalho no caso, mas o patronato não compareceu aos encontros marcados pelos órgãos públicos.

O vereador de Salvador Everaldo Augusto (PCdoB) solicitou a criação, na Câmara, de uma comissão especial para acompanhar as negociações. “A campanha Salarial dos comerciários chegou a um determinado impasse que não é mais um problema da categoria, de relação de emprego. Hoje é um problema de toda a cidade”, justificou.

A greve do sindicato também tem o apoio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Bahia (CTB). “A CTB não poderia ficar de fora desta luta dos comerciários, que tem história e tradição de ações políticas na categoria. Neste momento, o Sindicato mostra sua força dizendo que se não assinar a convenção vamos radicalizar.”, destacou Rosa Souza, vice-presidenta da CTB Bahia.

Do Portal Vermelho em Salvador,
Erikson Walla