Obras de Kandinsky ficam em exposição no Brasil até setembro de 2015

Uma viagem pela obra do pintor russo Wassily Kandinsky, pelas raízes do seu pensamento, as influências marcantes de sua trajetória artística, a sua relação com a espiritualidade e a cultura popular. A exposição Kandinsky: Tudo Começa Num Ponto promete um mergulho completo no universo criativo de um dos pintores mais influentes do século 20, considerado o pioneiro do abstracionismo.

Kandinsky - Wilson Dias/Agência Brasil

São mais de 150 peças, que incluem quadros de todas as fases do pintor, símbolos religiosos, roupas, instrumentos e tambores usados em rituais do xamanismo – corrente espiritual russa importante para a arte de Kandinsky -, ilustrações, coleções de objetos de cerâmica, xilogravuras litografias, além de trabalhos de artistas que influenciaram e se relacionaram com Kandinsky.

É a primeira vez que uma exposição como essa sai da Europa. A mostra, aberta ao público na semana passada, fica no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília até janeiro, quando segue para o Rio de Janeiro; para Belo Horizonte, em abril; e para São Paulo, em julho. A entrada é gratuita.

“Esta exposição é um conjunto de obras nunca antes vistas em nenhum outro lugar do mundo dessa forma. São obras raras, pois em sua maioria correspondem a períodos bem do começo da criação da arte abstrata, em meados dos anos 1920. Isso é inédito para um acervo dessa magnitude e um evento bastante importante para a programação cultural brasileira”, disse à Agência Brasil o coordenador da exposição, Rodolfo de Hatayde.

As obras vieram, principalmente, da coleção do Museu Estatal Russo, de São Petersburgo, além de quadros do acervo de mais sete museus da Rússia e coleções procedentes da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França.

A exposição está organizada em cinco blocos, que contam a trajetória artística do pintor. O primeiro deles mostra as raízes de sua obra e a relação com a cultura popular, o folclore russo, as lendas e contos que o artista vinculou à sua criação. Outro espaço está é reservado para a influência do universo espiritual e estético do xamanismo nas obras de Kandinsky.

Há também espaços dedicados às experiências no movimento Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), fundado na Alemanha pelo pintor, à amizade de Kandinsky com o compositor alemão Arnold Schonberg, e um bloco voltado para os artistas contemporâneos a Kandinsky .

Outro espaço da mostra é interativo e convida o público a fazer uma imersão em um dos quadros de Kandinsky. Com óculos de realidade aumentada, é possível ver o quadro se desmembrando de acordo com o movimento do visitante, e acompanhar toda a complexidade das obras do artista.

A história do pintor é contada em um vídeo produzido especialmente para a exposição. Nascido em Moscou, Kandinsky estruturava suas telas a partir da ideia de que cores e gestos eram capazes de transmitir uma mensagem intrínseca. Na concepção do artista, suas formas eram acionadas para criar um impacto psicológico.

“Ele foi um dos primeiros a criar uma teoria especial sobre as cores e sua a composição no sentido estrábico. Kandinsky abriu as portas para que uma pintura fosse alguma coisa mais que uma simples representação da realidade e que a arte permitisse expor sentimentos, ideias estrábicas e fazê-lo de um modo tão belo como ele o fez nas suas obras”, finaliza Rodolfo de Hatayde.

Fonte: Agência Brasil