Rússia: Solução de crise na Ucrânia depende de Kiev
O curso dos acontecimentos na Ucrânia e as perspectivas de uma solução do conflito no sudeste dependem das autoridades de Kiev, afirmou nesta quinta-feira (20) o porta-voz do Ministério russo de Relações Externas, Alexander Lukachevitch.
Publicado 20/11/2014 15:47
Ao comentar sobre as perspectivas da crise ucraniana a um ano do início dos acontecimentos na vizinha ex-república soviética, Lukachevitch disse à agência cubana Prensa Latina que depende da atuação do governo ucraniano e do cumprimento dos acordos atingidos entre as partes beligerantes.
O diplomata referiu-se assim aos compromissos para um cessar-fogo, o início de um processo de paz com um um amplo diálogo nacional, com caráter inclusivo, de maneira que se tenham em conta os direitos de todos os grupos linguísticos e confessionais do país, sublinhou.
Lukachevitch chamou a atenção como contrariamente, as autoridades de Kiev exacerbam a confrontação com as regiões de Donetsk e Lugansk e "as separam da Ucrânia com suas próprias mãos", em menção às recentes disposições do presidente Petro Porochenko sobre o bloqueio econômico do Donbass e a lei de deslocamentos internos.
"Tudo isso no meio de um agravamento da situação humanitária nesses territórios e a crescente cifra de mortos, feridos e vítimas em geral do conflito interno", observou o porta-voz da Chancelaria.
Ao ilustrar a situação da população civil do Donbass, Lukachevitch advertiu durante o tradicional encontro com jornalistas nacionais e estrangeiros que a execução de projetos humanitários vai de encontroo às crescentes necessidades dos habitantes, e enfatizou de "que falamos dos civis e de pessoas pacíficas".
Disse que a lei sobre deslocadmentos adotada por Kiev dificulta o acesso e o traslado da ajuda aos necessitados e agrava o sofrimento e penúrias dessas pessoas.
Agregou Lukachevitch, de outro lado, que apesar do negociado regime de cessar-fogo, os próprios colaboradores da ONU constataram a intensificação das ações militares na zona de conflito, onde permanecem mais de cinco milhões de pessoas, o que contradiz os compromissos acordados nos acordos de Minsk, de 5 e 19 de setembro, pontuou.
O diplomata expressou assim mesmo o protesto da Chancelaria pelos ataques registrados nesta semana de militares ucranianos contra veículos da missão da Organização para a Segurança e Cooperação em Europa (OSCE), na região de Donetsk.
Disse o porta-voz oficial que esses casos são preocupantes em razão de que a parte acolhedora – Ucrânia – está obrigada a garantir a segurança dos observadores internacionais durante seus movimentos e no desempenho de seu trabalho.
Relacionado com o tema ucraniano, Lukachevitch agregou que Moscou tem ainda muitas perguntas em torno da investigação do acidente do Boeing da Malaysian Airlines e fez questão de que devem ser adotadas as medidas para estabelecer as causas da tragédia e dos responsáveis.
O diplomata lamentou que o fato seja usado por determinados círculos interessados em aumentar as tensões nas relações internacionais e a retórica antirrusa mediante a política de sanções.
Fonte: Prensa Latina