Rússia e Opep chegarão a acordo sobre preços de petróleo

Rússia e Opep podem reduzir a extração de petróleo a fim de manter os preços mundiais do “ouro negro”. As conversações de Moscou com o cartel já estão em andamento. Na terça-feira, juntou-se a elas o ministro de Energia russo: Alexander Novak foi para Viena para a cúpula da Opep.

Por Igor Siletsky*, na Voz da Rússia

Poço de petróleo no oriente da Rússia

A reação de peritos a essa notícia é mista. Alguns temem que tais medidas vão reduzir as receitas do orçamento russo. Mas a maioria não compartilha a ansiedade: o país tem reservas suficientes para cobrir as flutuações dos preços do petróleo.

Moscou pode propôr à Opep reduzir a produção de petróleo no próximo ano em 15 milhões de toneladas se o cartel reduzir sua produção em 1,5 milhão de barris por dia. Segundo relatos de fontes próximas ao governo, o plano será apresentado na conferência internacional sobre o desenvolvimento do mercado de petróleo, em Viena.

Até recentemente, o governo russo tinha uma atitude negativa para com tais ideias pois as receitas das exportações de petróleo preenchem o orçamento. A situação mudou na semana passada, depois de uma visita a Moscou do ministro das Relações Exteriores da Venezuela (membro da Opep), Rafael Ramirez. Foi ele que propôs reduzir a extração: a redução dos preços do petróleo afeta não só a economia da Rússia, mas também a da Venezuela. É evidente que a situação está agora nas mãos da Opep, mas a organização não vai reduzir a produção unilateralmente.

O ministro da Energia da Rússia confirmou que o governo russo está ponderando esta questão. No entanto, na realidade, não é assim tão fácil reduzir a produção de petróleo, notou Alexander Novak:

“A questão é bastante complicada, complexa. Nós não somos a Arábia Saudita, que tem a capacidade de reduzir ou aumentar a produção rapidamente, no nosso caso, no mercado operam empresas públicas e privadas. E é fisicamente impossível realizar uma diminuição ou um aumento acentuado. Temos as nossas próprias particularidades, o nosso próprio quadro legal e regulamentar. Em geral, a questão exige uma análise minuciosa”.

De qualquer forma, nas palavras de Novak, a Rússia não pretende aumentar a produção de petróleo. Muito provavelmente, ela irá permanecer no nível de 505-525 milhões de toneladas por ano.

Há que admitir que a Rússia não apoia plenamente a ideia da Venezuela. Alguns acreditam que a redução da produção irá afetar significativamente o orçamento. Por isso, até agora, o governo insistia firmemente em manter a produção: na semana passada falou disso o vice-primeiro-ministro Arkadi Dvorkovich. Mas, aparentemente, o governo também chegou à conclusão de que, na situação atual, tal medida poderia ser mais um fator de estabilização.

Os países da Opep, que representam 32% da produção mundial de petróleo, nos últimos meses tem ativamente discutido a possibilidade de restabelecer o equilíbrio no mercado. Atualmente, a quota de mineração dos 12 países do cartel é de 30 milhões de barris por dia. Alguns membros da Opep, como o Irã, o Iraque, a Nigéria, a Venezuela e o Equador, apelam a uma redução da quota o mais depressa possível. Os Emirados Árabes Unidos e o Kuwait são contra. E a posição da Arábia Saudita, a mais influente no cartel, ainda não está clara.

Fonte: Voz da Rússia

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