Seminário da FUP debate desafios da comunicação alternativa

Começou nesta quinta-feira (27) 1º Seminário Nacional de Comunicação da Federação Única dos Petroleiros (FUP), com a participação de jornalistas e dirigentes sindicais da diversos estados brasileiros, entre eles o editor do Portal Vermelho, José Reinaldo Carvalho.

José Reinaldo no seminário da FUP - Arquivo pessoal

O diretor de Comunicação da FUP, Francisco José, iniciou o seminário, ressaltando a importância deste encontro e afirmando que o movimento sindical e os jornalistas comunicadores de esquerda não podem parar de disputar os espaços de comunicação na internet.

“Neste seminário, além de debatermos nossas demandas comunicacionais e análises de conjuntura política, também queremos discutir a criação de um coletivo nacional de comunicação petroleira e, construirmos juntos, uma agenda propositiva sobre este temário. Temos enfrentamentos diários para fazer e, a comunicação é um fator fundamental para a nossa política”, finalizou Chico Zé.

O editor do Portal Vermelho também compôs a mesa inicial do seminário e destacou a importância de se fortalecer a comunicação entre os movimentos populares. “Esta luta pertence ao campo da luta das ideias e hoje não há nada mais necessário nos embates que enfrentamos, do que a luta de ideia”, disse.

José Reinaldo também fez questão de saudar a categoria petroleira e suas representações sindicais, para isso, citou a histórica greve dos petroleiros realizada durante a administração de Fernando Henrique Cardoso. “Hoje, essa categoria está sob pressão novamente, em função dos ataques da mídia, fruto da irresponsabilidade de alguns, portanto, é preciso defender os trabalhadores da Petrobrás, que fazem parte de uma categoria aguerrida. Por este e outros motivos, estou muito honrado em estar aqui, fazendo esse debate com vocês”, afirmou.

O dirigente comunista reafirmou a importância de fortalecer a disputa dos trabalhadores contra o imperialismo no campo das ideias. “Não tenho ilusões sobre a mídia que atua dentro de um sistema capitalista financeiro que anda de mãos dadas com as corporações de comunicação monopolistas que reproduzem as linhas editoriais das agências internacionais de noticias. Vivemos uma guerra midiática, que classifico até mesmo como um terrorismo midiático das nações imperialistas contra os governos progressistas. A luta contra o monopólio da mídia é também a luta contra o imperialismo”, ressaltou.

Por fim, José Reinaldo ressaltou a necessidade de fortalecer o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, pela expansão da banda larga para garantir que os meios de comunicação atuem de acordo com os interesses públicos e da sociedade. “A mídia alternativa e de resistência sempre existiu, o que é novo é essa revolução tecnológica, que tornou-se um instrumento precioso para todos nós”, concluiu.

Outro comunicador e militante que participou do primeiro debate do Seminário foi Joaquim Piñero, da coordenação do MST e integrante Conselho Editorial do jornal Brasil de Fato. Ele saudou os comunicadores presentes e afirmou que os jornalistas sindicais e dos movimentos sociais fazem parte da trincheira de lutadores por uma comunicação democrática no Brasil.

“Nestes 30 anos do MST, consideramos a comunicação a nossa batalha mais importante, o nosso jornal Sem Terra tem 33 anos e surgiu antes do MST. A situação está cada vez mais difícil e complexa para a atuação dos movimentos sociais, diante do atual quadro político, com um congresso muito mais conservador. A direita saiu do armário e agora está nas ruas e nas redes sociais. Mais do que nunca, hoje as forças sociais de esquerda precisam construir uma unidade para avançarmos nas lutas dos trabalhadores”.

Joaquim também citou as duas principais bandeiras de luta que podem construir a unidade entre movimentos e partidos: a reforma política e a democratização dos meios de comunicação.
“Temos de pensar como vamos construir na prática essas disputas, saindo das nossas trincheiras para fazer essa comunicação para fora. Existem milhões de pessoas que não são sindicalizadas, que não são militantes, que não são politizadas, por isso, precisamos criar formas de ganharmos os corações e mentes dessa grande massa que não está inserida em nossas lutas diárias. Pra isso, a internet é um instrumento importante e precisamos aprender a utiliza-la melhor, para assim fazer a comunicação com essa massa”, finalizou.

Vitor Carvalho, da Executiva Nacional da CUT, afirmou que nos últimos anos, a Central Única dos Trabalhadores tem intensificado em suas pautas políticas, a disputa da hegemonia da comunicação. “Nós sindicalistas, às vezes, consideramos a comunicação como custo e não com investimento. A gente precisa se despir um pouco disso e, termos também, o entendimento de que comunicação é fundamental para tudo o que a gente faz, principalmente nas disputas de consciências”.

Do Portal Vermelho, com FUP