Cepal vislumbra lenta recuperação da América Latina em 2015

A secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, desenhou nesta quarta-feira (3) um panorama de lenta recuperação econômica da América Latina e Caribe em 2015, ao mesmo tempo em que confiou em posturas construtivas do FMI.

Alicia Bárcena, Cepal - Reprodução

Bárcena disse que o papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) tem mudado e admite como problemática fundamental o tema da desigualdade.

A titular da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), mostrou-se esperançosa em que uma conferência convocada pelo FMI no fim de semana contribua com novos elementos para o futuro de crescimento da região.

"Eu estarei no ato da Unasul no Equador, pelo qual me incorporarei à reunião do FMI no sábado (6) para falar destes importantes assuntos que preocupam a todos", comentou.

Em torno dos receios de grande parte dos latino-americanos com o papel do FMI, Bárcena sublinhou que é menos protagônico na região e a entidade igualmente é autocrítica com o que propôs para a Grécia.

"O Fundo Monetário admite agora que a solução está nos investimentos, nas questões sociais em relação à desigualdade, e se alinha mais com o discurso da Cepal. Obviamente vamos escutá-lo na conferência", apontou.

Estive falando há pouco com Christine Lagarde (diretora gerente do FMI) e suas posições são bastante similares às nossas, explicou.

Em sua exposição, a secretária executiva do organismo das Nações Unidas destacou que Panamá, com uma alta em seu produto interno bruto (PIB) de 7%, Bolívia (5,5%), Peru, República Dominicana e Nicarágua (5,0%), liderarão em 2015.

Após um registro de 1,1% em 2014, América Latina e Caribe experimentarão uma alta em 2015 e chegarão a 2,2% em média, segundo a nova estimativa da Cepal.

Dinamizar o crescimento e reverter a desaceleração no atual contexto da economia mundial implica amplos desafios para a região (…) entre eles reativar a demanda interna privilegiando a dinâmica do investimento, assinalou Bárcena.

A seu turno o diretor de desenvolvimento da Cepal, Daniel Titelman, expressou sua preocupação pela queda do investimento e o baixo consumo na área e detalhou como sinais positivos a redução do desemprego e melhora dos salários reais.

Entre os países que experimentarão avanços no próximo ano aparecem Chile e Cuba com 3,0%, México 3,2%, Brasil 1,3% e Argentina 1% em relação ao período anterior, segundo os prognósticos da Cepal.

Fonte: Prensa Latina