Brasil produzirá submarino de propulsão nuclear com novo estaleiro

A presidenta Dilma Rousseff inaugurou nesta sexta-feira (12), em Itaguaí (RJ), o prédio principal do estaleiro de construção de submarinos, que integra o Complexo de Estaleiro e Base Naval da Marinha do Brasil.

Dilma estaleiro de Itaguai - Roberto Stuckert Filho

O edifício é considerado a mais importante instalação do Complexo e abrigará recursos técnicos e industriais que permitirão a conclusão da fabricação de cinco submarinos, incluindo o primeiro submarino com propulsão nuclear brasileiro.

A presidenta destacou em discurso no encerramento da cerimônia de entrega do estaleiro a importância de modernizar e equipar a marinha para garantir a soberania do país e para a proteção de "patrimônio muito valioso" mantido pelo Brasil como o pré-sal e a Amazônia.

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"O Brasil é um país pacífico e assim continuará. Isso no entanto não significa descuidar da nossa defesa", afirmou a presidenta. Toda a obra do Complexo de Estaleiro e Base Naval ficará pronta em 2021, quando os quatro submarinos convencionais do Estaleiro de Construção estarão prontos.

Até lá, estão previstos nove mil empregos diretos e 32 mil indiretos, com a participação de 600 empresas nacionais, promovendo a geração de emprego na região de Itaguaí.

"Em um futuro cada vez mais próximo, a força naval brasileira poderá escrever mais um feito para sua história, ter contribuído decisivamente para que o nosso País integre o seleto grupo de cinco países integrantes do conselho de segurança das Nações Unidas que dominam a tecnologia de construção de submarinos com propulsão nuclear", afirmou Dilma.

Foram investidos cerca de R$ 9 bilhões na construção do complexo, que faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).

“Há um segundo objetivo estratégico para os investimentos que estamos realizando aqui: fazer da nossa indústria da defesa um vetor de inovação, de incorporação tecnológica e de expansão da indústria do nosso país. (…) A exigência que colocamos de nacionalização crescente do processo produtivo fortalece nossas plantas industriais e eleva o seu patamar tecnológico. A partir de uma demanda concreta de fortalecimento da capacidade de nossa Marinha, estamos produzindo mais tecnologia, mais inovação, mais desenvolvimento industrial e, sobretudo, mais empregos no Brasil”, disse Dilma.

Submarinos brasileiro

O Prosub é fruto da uma parceria firmada entre o Brasil e a França no ano de 2008 e prevê a construção do primeiro submarino brasileiro movido a energia nuclear, além de outros quatro submarinos de propulsão convencional (diesel-elétricos).

O acordo assegura a transferência de toda a tecnologia necessária para que o Brasil tenha capacidade de projetar novos submarinos de propulsão convencional e nuclear.

Para o coordenador-geral do Prosub, almirante-de-esquadra Gilberto Max, o conhecimento de projetar os submarinos é o grande diferencial do programa. "O projeto é o que vai nos dar o conhecimento. O programa é baseado no seguinte tripé: transferência de tecnologia, nacionalização e capacitação de pessoal. Então, ao final do programa, nós temos a certeza de que o nosso País terá adquirido um salto tecnológico muito grande, que pode ser usada na indústria e nas universidades para que o conhecimento tenha continuidade", afirma o almirante.

Segundo o almirante Max, apesar do intercâmbio com os franceses, a tecnologia nuclear é toda brasileira. Hoje o Brasil possui cinco submarinos, sendo quatro deles construídos no país.

A previsão é que a construção do submarino nuclear brasileiro seja iniciada em 2017, com lançamento estimado para o ano de 2025.

Fonte: Portal Brasil