Alice: “O discurso do divisionismo é um ataque frontal à democracia”

Dando sequência à série “Retrospectiva Parlamentares PCdoB 2014” o Portal Vermelho entrevista a deputada federal pelo estado da Bahia, Alice Portugal. Seguindo para seu quarto mandado na Câmara, além de possuir uma larga atuação no movimento estudantil e sindical, a comunista faz um balanço das suas ações político-partidárias e comenta a respeito da atual situação conjuntural do país.

Laís Gouveia, da Redação do Portal Vermelho

Alice Portugal - Foto Montagem

Ao analisar os principais fatos políticos de 2014, Alice considera a exaltação ao clima de ódio preocupante e típica de fascistas, “nas eleições, a direita reacionária mostrou-se por inteiro a nação brasileira e agora insistem em um golpe militar, indo para as ruas representadas por parlamentares eleitos que usam armas sobre as roupas, fomentando uma insegurança jurídica. O discurso do divisionismo e do racismo é um ataque frontal à democracia e ao estado de direito. A grande mídia reproduz tal discurso e infelizmente contaminam alguns desavisados, uma grande irresponsabilidade. Se toda empresa, o Estado, o cidadão se submete a leis e normas, porque a mídia não. É necessária uma reforma das comunicações acerca dos parâmetros que regulam o exercício neste setor”.

Luta contra crimes de ódio

Alice em conjunto com a também deputada federal Luciana Santos (PCdoB-PE) e outros parlamentares, entraram com uma ação para abrir um inquérito civil público contra o jornalista Diogo Mainardi que chamou o povo nordestino de bovinos, “precisamos punir tais manifestações discriminatórias de ódio, criando mecanismos de coibir também as ofensas racistas nas redes sociais”.

Acesso à cultura

Em suas ações no Congresso, vale ressaltar o emprenho com que Alice conduz a presidência da Comissão de Cultura da Câmara dos deputados. “Temos votado questões importantes, estamos terminando o ciclo de debates sobre o Pró-Cultura, a reforma da Lei Rouanet, sou relatora do novo parâmetro da Lei do Audiovisual, temos em debate a estruturação de um projeto sobre o livro digital, aprovamos a Vale Cultura, grande vitória essa para o consumo de bens culturais por parte dos trabalhadores, aprovamos a Lei da Meia Entrada para estudantes, grande conquista para a juventude. Outras ações importantes foi tornar o Dia da Consciência Negra feriado nacional e as mudanças dos nomes de logradouros para apagando as chagas da ditadura e homenageando os verdadeiros heróis brasileiros”.

Alice diz que a democratização ao acesso cultural avançou a largos passos, mas que é preciso lutar para obter mais conquistas, “a cultura cria seu Sistema Nacional através das redes de secretarias estaduais e municipais, programas sociais como os Pontos de Cultura voltam a funcionar de uma maneira mais sistêmica com a aprovação da Lei da Cultura Viva que desburocratizou os mecanismos de financiamento para os pontos. Tudo isso irá promover a cultura popular”, conclui.

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