Rússia romperá com a Otan caso a Ucrânia ingresse no pacto

O vice-ministro de Defesa Anatoli Antónov advertiu nesta quinta-feira (25) que a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) poderá provocar a ruptura total de relações entre a Rússia e o pacto militar do Atlântico Norte.

Destroços do Boeing 777 na Ucrânia

Ao referir-se à saída de Kiev da condição de país não alinhado com a aprovação de um projeto de lei proposto pelo presidente Petro Porochenko, Antónov esclareceu que, por ora, não ameaça a segurança russa.

Citado pelo portal multimídia Sputnik, Antónov explicou que no momento a decisão é política, mas afirmou que se a incorporação ao bloco chegar a se produzir, esse passo adquirirá caráter militar e então suporá a ruptura completa com a Aliança.

O texto apoiado ontem por 303 deputados (77 votos a mais que os 226 necessários) expressa a decisão de que a Ucrânia continue a rota de entrada à Otan, e deve entrar em vigor 24 horas depois de sua publicação.

Porochenko reiterou antes que o status de não alinhado não garante a segurança da Ucrânia e argumentou sobre essa base que deve ser recusado. Essa condição figurava na lei sobre os princípios de política exterior e as prioridades nacionais do país desde 2010.

Porochenko prometeu que a união à aliança norte-atlântica dependerá de um referendo no qual o povo tomará a decisão definitiva.

Ao mesmo tempo, o Comitê de Investigações de Rússia (CI) informou que um tal "capitão Volochin" é o primeiro suspeito de derrubada do avião de Malaysian Airlines na Ucrânia com 298 pessoas a bordo, segundo revelações de uma suposta testemunha.

Sem identificar o nome da fonte por razões de segurança, Vladimir Markin, porta-voz do CI, confirmou na quarta-feira (24) o interrogatório em que a testemunha reiterou a versão oferecida previamente em declarações ao jornal Komsomolskaya Pravda.

O ex-militar ucraniano afirma que um caça-bombardeiro Su-25 da Força Aérea desse país pilotado pelo tal "capitão Volochin" decolou no dia da tragédia de uma base fora da cidade de Dniepropetrovsk, a 400 quilômetros ao sul de Kiev, onde ele prestava serviço.

A fonte, que reafirmou a autenticidade de sua versão na máquina detectora de mentiras, sublinhou que o aparelho estava armado com mísseis ar-ar R-60, algo incomum pois os rebeldes carecem de força aérea, e que ao aterrissar notou que já não tinha os foguetes.

Para o denunciante resulta mais suspeito ainda, segundo o publicado até agora, o nervosismo de Volochin e sua expressão de que o alvo "se encontrava no lugar errado no momento errado" ao se referir supostamente ao voo comercial MH-17, no qual morreram 298 passageiros, incluída a tripulação.

Markin disse que esta declaração é uma prova importante, mas não a única de que as Forças Armadas ucranianas estiveram implicadas no desastre do Boeing.

Kiev reconheceu que o suposto Volochin serve como piloto na Força Aérea da Ucrânia, mas se apressou em acrescentar que no dia da queda do Boeing 777 o tal capitão não realizou nenhum voo.

Fonte: Prensa Latina