Thays Campos: Nessa desorganização precisamos nos organizar 

Todos os anos, brasileiros e brasileiras acabam chegando nesta época do ano pensando e repensando em tudo que aconteceu durante seus últimos 365 dias. Estes trabalhadores, corajosos e tão bonitos brasileiros sempre se colocam os maiores desafios sempre para a frente, usando da forma mais casual o verbo procrastino (eu, você e nós vamos deixando tudo pra amanha) sempre na esperança de dias melhores.

Por Thays Campos*, no Portal da UJS

Jornada de lutas em agosto

Mas aqui hoje, peço licença para falar de um ano bem peculiar e desafiador, que foi este 2014.

O 2014 da copa no Brasil. O 2014 do surto de ebola, do crescimento dos índices da AIDS, da primeira brasileira tetraplégica a passar pelo tratamento experimental com células tronco; o 2014 das mortes inesperadas de Roberto Bolaños, de Manoel de Barros, de Abelardo da Hora, de Ariano Sauassuna, e de Eduardo Campos. O 2014 de protestos na Ucrânia, da liberação dos 3 cubanos presos nos EUA, repudiamos os 50 anos do acontecimento lamentável do golpe militar de 1964, da retomada de relações diplomáticas entre Cuba e EUA.

O 2014 que vimos empreiteiros indo para a cadeia através da operação lava-jato. 2014 da primeira vez que vimos um Papa com posturas tão claras e progressistas e da eleição vitoriosa de Flávio Dino no Maranhão.

E, na minha opinião o mais importante e conturbado acontecimento: a reeleição da primeira presidenta mulher no Brasil – Dilma Rouseff.

Nossa geração já nasceu em um país além de mais rico, mais igualitário. Com mais oportunidades e com muitos direitos a sonhar. Iniciamos a campanha presidencial numa caminhada para a chamada quarta vitória do povo brasileiro um pouco silenciosa, um canto de vitória já nos encaminhava e assim automaticamente qualquer analise que cutucasse o governo federal você era visto como anti-Dilma, anti-PT e anti-Brasil.

Na turbulência do meio da caminhada, mais precisamente na reta final para o segundo turno, muitos de nós emocionados e porque não dizer desesperados com um choro de não querer viver em um Brasil que não tivesse um governo progressista, não pela falta de amor ao seu povo ou ao seu país como muitos que adoram e idolatram Miami mas por compreender que se muito foi feito a presidenta Dilma ainda tem muito o que fazer para impulsionar nosso país e tínhamos a certeza de que a única candidata que apresentava as pautas claras para este desenvolvimento era ela.

Esta turbulência serviu para que nossa geração levasse uma sacudida. Um sacode para que nos posicionasse, um sacode da responsabilidade que está colocada para esta geração que não foi apenas garantir a vitória de um projeto de alguém com história tão parecida com a nossa, mas que apesar de seu currículo quando se encontra do “outro lado” é preciso que haja um esforço coletivo de ocuparmos as ruas, praças, escolas, universidades e periferias para que esta geração valente consiga concretizar tudo aquilo que almejamos, porque se já nos deram o direito de sonhar, nosso papel é pressionar para que todo este nosso sonho vire realidade.

A União da Juventude Socialista em seu congresso nacional realizado em maio de 2014, como sempre de forma muito politizada já sinalizava que era preciso se reposicionar tanto que como diria um sábio ex-presidente da república “nunca antes na historia deste pais” vimos uma campanha feita com tanto amor e esperança realizada pela turma da UJS. Vestimos a camiseta e assumimos que todos temos um coração valente. Nossa campanha venceu o ódio, o rancor, o conservadorismo e o que ganhou mais espaço, foi a esperança, a alegria, a coragem, e principalmente o direito de falarmos que cansamos de ser o futuro do Brasil, nós queremos ser o presente!

Eu tenho muito orgulho de ter vencido este 2014. Que todos os nossos corações valentes carreguem no peito este orgulho e que venha carregado de muita energia para que possamos sair ilesos deste ano e batendo no peito que conquistaremos mais vitórias – o melhor ainda está por vir – e só depende de nós.

*Thays campos é presidenta estadual UJS/MA.