Paquistão: ataques com bombas mataram mais de 800 pessoas em 2014

Pelo menos 824 pessoas morreram e duas mil 339 ficaram feridas no Paquistão durante o recém concluído ano devido a 372 ataques com bombas, incluídos 26 atentados suicidas.

Conflitos no aerporto de Carachi

Um relatório oficial que hoje publicam meios de imprensa locais indica que graças às medidas adotadas pelas instituições militares e policiais, o número de vítimas fatais se reduziu em 46% em relação a 2013, quando somaram 1.532 mil.

O mês mais letal de 2014 foi janeiro, quando 42 ataques com bombas provocaram 168 mortos e 401 feridos.

A ação mais mortífera aconteceu em 2 de novembro, quando um atacante suicida matou 62 pessoas e feriu mais de 150 ao detonar seu colete com explosivos no meio de quem pouco antes havia presenciado a cerimônia de arriamento de bandeiras em Wagah, um posto fronteiriço com a Índia.

Com o atentado responsabilizou-se o proscrito grupo Jundallah (Soldados de Deus), que com base nas regiões tribais do noroeste do país está por trás de um grande número de ataques terroristas.

Por não se tratar de um ataque a bombas, a relação não inclui o assalto pelos talibãs a uma academia militar na cidade de Peshawar em 16 de dezembro, que deixou 149 mortos, a imensa maioria crianças e adolescentes, e que classifica como o pior ataque a uma instituição civil na história do país.

De acordo com o relatório, os atos terroristas diminuíram consideravelmente depois que em meados de junho o exército lançou uma operação em grande escala nas regiões tribais de Waziristán do Norte e Khyber Pakhtunkhwa, fronteiriças com o Afeganistão.

Segundo o governo, as atividades terroristas no país estão em vias de desaparecer graças às medidas incluídas em um plano nacional contra esse flagelo ativado seguidamente ao ataque à escola militar em Peshawar.

No dia seguinte da matança, o primeiro-ministro Nawaz Sharif ordenou suspender a moratória sobre a pena de morte nos casos de terrorismo, vigente desde 2008, e estender a outros territórios e a zonas urbanas a operação militar do noroeste.

Sharif também é partidário de constituir tribunais militares especiais para julgar de maneira rápida os responsáveis por ataques terroristas, mas a proposta está tendo a resistência da oposição e dos meios judiciais afins por considerá-la contrária à Constituição.

Fonte: Prensa Latina