Partido Cultural: Um tributo a Gonzaguinha

Na primeira edição do programa “Partido Cultural”, a Rádio Vermelho faz tributo ao grande cantor e compositor Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, mais conhecido como Gonzaguinha. Em 2015, se vivo fosse, ele completaria 70 anos. 

Da Rádio Vermelho

Partido Cultural: Um tributo a Gonzaguinha

Gonzaguinha nasceu no Rio de Janeiro, no dia 22 de setembro de 1945. Filho do cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga, teve suas composições gravadas por muitos dos grandes intérpretes da MPB, como Maria Bethânia, Simone, Elis Regina (Redescobrir ou Ciranda de Pedra), Fagner e Joanna.

Infância

Do pai, recebia o nome de certidão, dinheiro para pagar os estudos e algumas visitas esporádicas. Imerso no dia a dia atribulado da população, Gonzaguinha ia aprendendo a dureza de uma vida marginal, a injustiça diária vivida por uma parcela da sociedade que não tinha acesso a nada.

O aprendizado musical se fez em casa mesmo, ouvindo o padrinho tocar violão e tentando fazer o mesmo:

“Sempre toquei um instrumento e poderia chegar a tocar bem, sendo um músico profissional, coisa que não sou. Sou um compositor e um intérprete que também toca violão, mais não sou músico nem tenho intenção de me arvorar a sê-lo”. (Gonzaguinha)

Juventude

Sua primeira composição foi Lembranças da Primavera, aos 14 anos. Em 1961, já com 16 anos, foi morar em Cocotá com o pai para estudar. Voltou para o Rio de Janeiro para estudar Economia, pela Universidade Cândido Mendes.

Na casa do psiquiatra Aluízio Porto Carrero conheceu e se tornou amigo de Ivan Lins. Conheceu também a primeira mulher, Ângela, com quem teve 2 filhos: Daniel e Fernanda. Teve depois uma filha com a atriz Sandra Pêra, a atriz e cantora Amora Pêra. Foi nessa convivência na casa do psiquiatra, que fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU), com Aldir Blanc, Ivan Lins, Márcio Proença, Paulo Emílio e César Costa Filho. Tal movimento teve importante papel na música popular do Brasil nos anos 1970 e em 1971 resultou no programa Som Livre Exportação.

Característico pela postura de crítica à ditadura, teve de submeter suas composições à Censura. Assim, das 72 canções mostradas, 54 foram censuradas, entre as quais o primeiro sucesso, Comportamento Geral. Neste início de carreira, a apresentação agressiva e pouco agradável aos olhos dos meios de comunicação lhe valeram o apelido de “cantor rancor”, com canções ásperas, como Piada infeliz e Erva.

Maturidade

Em 1975 dispensou os empresários e se tornou um artista independente, o que fez em 1986 fundar o selo Moleque, pelo qual chegou a gravar dois trabalhos.

O show Vida de Viajante, ao lado do pai Luiz Gonzaga, em 1981, é considerado uma das suas mais importantes turnês. Ela não foi apenas um show, antes, selou o reencontro de pai e filho, a união de dois estilos, o Brasil sertanejo do baião encontrando o Brasil urbano das canções com compromisso social.

Nos últimos doze anos de vida, Gonzaguinha viveu em Belo Horizonte com a segunda mulher Louise Margarete Martins (Lelete) e a filha deles, a caçula Mariana.

Morte

Gonzaguinha morreu aos 45 anos, em 29 de abril de 1991, ao regressar de uma apresentação no Paraná, vítima de acidente automobilístico em uma rodovia no sudoeste de Minas Gerais. Dedicou os últimos anos da sua vida a cuidar da obra de seu pai, Luiz Gonzaga.

Acompanhe a homenagem da Rádio Vermelho: