Líbia, Palestina e ajuda a refugiados são foco de agenda da ONU

As negociações com o objetivo de pôr um fim à crise na Líbia, a questão dos territórios palestinos ocupados por Israel e a ameaça do inverno para os refugiados no Oriente Médio marcaram na semana nas Nações Unidas.

Líbia - EBC

Submetida à violência, com dois governos paralelos que reclamam o poder e castigada pela ascensão de milícias, país petroleiro do norte da África parece entrar em um diálogo que aborde as divisões políticas, motivo de confrontos que têm gerado morte, deslocamento de pessoas e destruição da infraestrutura.

Depois de dois dias de negociações em Genebra, sob a mediação do enviado da ONU Bernardino León, alguns dos atores do conflito acordaram continuar a aproximação com o olhar em um governo de unidade fruto do consenso e do tema da insegurança, a partir de medidas de confiança mútua.

As Nações Unidas se mostraram otimistas diante "do compromisso sincero dos participantes", considerando que a crise na Líbia, além de uma tragédia nacional, poderia converter a região em um barril de pólvora.

Desde a derrubada de Muamar Kadafi em 2011, com o apoio de uma intervenção militar da OTAN, o país está imerso na instabilidade e na violência sectária.

Durante a semana também foi destaque um novo fórum no Conselho de Segurança sobre a situação no Oriente Médio, em particular o conflito entre palestinos e israelenses.

A sessão não deixou dúvidas do apoio mundial à solução dos dois estados, convivendo em paz e com fronteiras internacionalmente reconhecidas, que a maioria coincide em localizar no cenário anterior a 1967, quando Tel Aviv ocupou vários territórios árabes.

O fim da ocupação militar e da colonização da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental através de novos assentamentos judeus foi um chamado recorrente durante o evento realizado na quinta-feira.

Também, foi destaque o apoio ao seu direito de ser um estado independente e com plenos direitos na ONU, bem como entrar em organismos de instrumentos universais, entre eles o Tribunal Penal Internacional.

Ao intervir na sessão, o embaixador palestino aqui, Riyad Mansour, afirmou que esse povo está decido a continuar sua luta pacífica pela autodeterminação.

De acordo com o diplomata, a comunidade internacional, e sobretudo o Conselho de Segurança, deve garantir que se ponha fim às violações dos direitos humanos cometidas de maneira impune pela potência ocupadora.

Com respeito aos refugiados e ao inverno no Oriente Médio, as Nações Unidas solicitaram fundos para garantir cobertores, roupas, alimentos, combustível e outros recursos para milhões de seres humanos que deixaram seus lares para escapar da violência na região.

Segundo a Unicef, ao menos sete milhões de crianças deslocadas precisam desesperadamente de ajuda devido as baixas temperaturas – de até menos 11 graus Celsius -, as nevadas, os fortes ventos e as chuvas torrenciais.

Muitas delas vivem em barracas, edifícios inacabados e refúgios inadequados, o que as expõem a doenças próprias do clima, lamentou o porta-voz dessa agência Christophe Boulierac.

Fonte: Prensa Latina