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PCdoB realiza encontro nacional de organização

Realizou-se na última quinta-feira, (22), o Encontro Nacional de Organização, na sede nacional do PCdoB. Com a presença de dirigentes políticos e organizativos de 10 Estados, mais 4 secretários nacionais, totalizando 12 membros do CC, dentre 32 participantes. Foram examinados os temas de atualização da linha de construção partidária no novo quadro político formado após a eleição e a posse de Dilma para seu segundo mandato.

Bandeira do PCdoB - Reprodução

O debate foi aberto com a intervenção do Secretário Nacional de Organização, Walter Sorrentino, que apresentou como tema “Persistir, atualizar e superar-se na realização da linha de construção e estruturação partidária à luz do exame crítico dos resultados eleitorais, com vistas ao debate nacional da 10ª Conferência “. Seguiu-se a apresentação da pauta do Departamento de Quadros, com a intervenção de Carlos Augusto – Patinhas com o tema “Departamento de Quadros – Linhas de indução e plano de trabalho para 2015”.

Os participantes assumiram que se trata de um momento de abertura dos debates, que enseja maior aprofundamento e, principalmente, carece de envolver todo o partido e não apenas em sua dimensão organizativa. Walter Sorrentino sustentou que o Encontro tem em perspectiva amadurecer sínteses para integrá-las aos debates da 10ª Conferência Nacional do PCdoB, conforme indicado pelo Comitê Central, para abordar o tema em suas dimensões políticas, ideológicas, de ação de massas e organizativas.

A reunião foi bem sucedida nesse sentido, dando ênfase ao debate às questões da identidade partidária postas em evidências nos resultados eleitorais negativos obtidos nas eleições a deputado federal. Três temas foram nodais: ajustes quanto ao lugar político do PCdoB, reforço do senso de representação político-social dos comunistas para maior presença de massas e influência de ideias, e quanto à linha de estruturação partidária para fortalecer a cara militante da organização dos comunistas de modo unido, combativo e consciente.

A essência do debate voltou-se para o tema do lugar e papel político do PCdoB nesse quadro que tende, neste ano, a turbulências econômicas, sociais e políticas, de modo a se apresentar como um partido de sustentação ao governo mas que faça a disputa política e cultural junto à sociedade de maneira autônoma, como um partido bom de lutas e também bom de governo, e acentuando a necessidade de constituir um bloco político-social frentista, de afinidade progressista com as bandeiras da esquerda.

Ficou claro, portanto, que a 10ª Conferência precisa promover ajustes no posicionamento político do partido, alcançando sua atuação política geral, no parlamento e na luta social. Ao mesmo tempo, isso enseja a atualização e ajustes da política de construção partidária. Foram destacados os temas dos grandes centros urbanos, principalmente capitais, pondo ênfase nos trabalhadores, juventude e mulheres, mas de modo muito especial, em retomar influência junto aos segmentos de opiniões avançadas, ou seja, em renovar os modos e conteúdos como se disputa posições na luta de ideias indispensável à luta política e social.

Esse conjunto de desafios convergem de modo muito cristalino para a busca de êxito estratégico na gestão comunista no governo do Maranhão e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, essencial ao projeto nacional de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, apontam para reafirmar o propósito de seguir abrindo caminho eleitoral próprio e afirmativo nas eleições de 2016, com candidatos majoritários e chapas próprias de vereadores.

Na dimensão organizativa, as preocupações não foram menores. Voltaram-se para a reiteração dos desafios traçados no 7º e 8º Encontros sobre Questões de Partido, mas criticamente sobre os porquês de uma “crise de realização” das linhas traçadas. Todos compreendem que, para induzir os reposicionamentos propostos, a direção da política de quadros é central, redistribuindo forças mais concentradas nas capitais em primeiro lugar.

O debate foi rico e frutífero, com contribuições de secretários nacionais da área sindical, juventude, mulheres e formação. Deverá convergir, como se disse, para o documento do Comitê Central que norteará a 10ª Conferência. Portanto, tal debate será estendido a todo o Partido, coroado pela sucessão presidencial nacional, e infundirá perspectivas às Conferências ordinárias deste ano de 2015, destinadas a renovar todas as direções estaduais e municipais.

A Comissão Nacional de Organização dará sequência a esse debate, postando nas próximas semanas temas relacionados com a política organizativa traçada nos últimos anos.