MST faz ato em solidariedade a acampados que sofreram despejo violento
Em solidariedade às mais de 140 famílias que sofreram despejo violento nas terras improdutivas da Usina Sucroenergética Agrisul Agrícola (unidade Mato Grosso do Sul), o MST trancou as principais rodovias federais do estado na manhã desta sexta (30), a BR 267 (Casa Verde), BR 262 (Terenos), BR 163 (Anhandui) e a BR 487 (De Itaquiraí a Naviraí).
Publicado 02/02/2015 10:44

Participam da atividade cerca de 300 assentados e acampados em cada ponto de bloqueio. “Não podemos aceitar calados o que foi feito, uma ação de despejo irresponsável, que não cumpriu com as normas legais e que abalou muito as famílias que estavam acampadas no Quebra Coco”, disse o dirigente Jonas Carlos da Conceição.
Segundo Jonas, em nenhum momento, desde o dia 10 de janeiro, quando o movimento abriu o acampamento no local, houve notificação judicial de desocupação da área para o MST. “Todos ficaram sabendo da situação por notícias na imprensa, portanto as famílias não estavam preparadas para desocuparem o local e nem tinham em mente onde montar um novo acampamento”, disse.
A usina Sucroenergética Agrisul Agrícolatra, mais conhecida como Santa Olinda, está emergida em dívidas trabalhistas no Ministério Público do Trabalho, estimadas em torno de R$ 1 bilhão com bancos, fisco, fornecedores e encargos trabalhistas, além de estar na lista das empresas que utilizaram trabalho escravo.
“Nós estamos nos questionando como que esse mandato de reintegração saiu tão rápido, em um local com tantos problemas judiciais, além do fato de que não houve o cumprimento legal dos procedimentos de notificação. Isso só mostra que o poder público estadual tem lado e isso está bem claro pelo aparato policial do batalhão de choque que foi utilizado”, conclui o dirigente.
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Fonte: MST