Candidaturas de unidade popular ganham força na Espanha
Candidaturas da unidade popular, entre partidos e movimentos sociais, ganham força neste sábado na Espanha com em vista às eleições municipais, particularmente em Madri e Barcelona, onde já teve início um processo de convergência.
Publicado 07/02/2015 14:51
A iniciativa, que poderá dar uma tônica nova às eleições de 24 de maio próximo, conta nas duas maiores cidades do país com o respaldo de militantes do partido Podemos.
Em Barcelona membros do Podemos aprovaram participar da plataforma Guanyem (Ganhemos) Barcelona, liderada por Ada Colau, junto a Iniciativa per Cataluña, Esquerra Unida i Alternativa, Proces Constituent e Equo.
O Podemos indicou que em uma votação realizada pela Internet, de 2 a 5 de fevereiro, 91,2% dos 1.727 participantes demonstraram apoio à incorporação ao Guanyem.
O processo de validação da candidatura começará na próxima semana quando também se anunciará o nome da plataforma eleitoral ou partido instrumental para concorrer às eleições, tal como decidiram forças similares em Madri.
O Podemos de Madri aprovou com 96,5% de votos o acordo de participação para apresentar uma candidatura conjunta nas eleições da capital espanhola.
A votação ratificou um acordo em 29 de janeiro para a coalizão eleitoral sob o que se denominou um partido instrumental, cujo nome está ainda por ser decidido.
Em Madri espera-se a incorporação do partido Equo a uma candidatura que será eleita em março em primárias abertas a todos os cidadãos e incluirá os aspirantes a prefeito a partir de uma lista de 50 membros com paridade entre homens e mulheres.
As chamadas candidaturas de unidade popular agrupam partidos e movimentos opositores à política de cortes sociais da União Europeia executada pelos partidos Popular (PP) e Socialista Operário Espanhol (PSOE), que compõem o chamado bipartidarismo espanhol.
O acordo de confluência assinado em Madri baseia-se na valorização que a emergência social da cidade exige unir os esforços e com participação da cidadania organizada fechar um ciclo de maus governos.
O apelo comum à cidadania convoca a abrir o caminho da mudança em Madri, acabar com os cortes e as privatizações e derrotar o PP nas eleições municipais.
O Podemos, que em muitas pesquisas se localiza entre o primeiro e segundo lugar por intenção de voto, decidiu não ir como partido às municipais, dada sua incipiente estrutura devido a sua recente criação, há um ano.
Por outro lado, o Esquerda Unida (IU), terceiro partido em presença parlamentar, analisou a opção das coalizões sem perder a identidade partidária o que, por enquanto, lhe deixa fora das candidaturas de unidade com os movimentos sociais.
Não obstante, o coordenador federal de IU, Cayo Lara, afirmou que há vontade de convergência face às eleições municipais e regionais para derrotar à direita e recuperar as administrações em poder do PP.
Discrepâncias em torno desta opção provocaram uma ruptura de IU-Madri, onde a candidata à prefeitura pelo agrupamento, Tania Sánchez, partidária da coalizão, abandonou a organização e anunciou a possibilidade de fundar um novo partido.
As chamadas candidaturas de unidade popular, ainda embrionárias, se incluem na considerável modificação da política espanhola frente o surgimento de forças surgidas dos protestos contra os cortes sociais, como o Ganamos e o Podemos.
A confluência entre essas organizações e os movimentos, ainda que por enquanto que pequena no âmbito municipal, vem sendo um elemento inovador em um ano eleitoral onde tudo aponta para o fim de um período de décadas de domínio do PP e o PSOE.
Fonte: Prensa Latina