Um espectro ronda o Brasil: o espectro do Golpismo!

O espectro de um golpe na democracia do país se constrói. Mobilizações de direita vão às ruas e tomam as redes sociais, os meios de comunicação vociferam escândalos nos governos petistas e os movimentos sociais se organizam de forma tímida buscando o apoio popular. Estamos à beira de um retrocesso dos direitos do povo onde lutar é preciso e necessário.

Em 2003, com a eleição e posse do Presidente Luis inacio Lula da Silva, o Brasil iniciou um novo ciclo político, de avanços em diversos setores populares, com a criação de programas sociais para garantir o desenvolvimento do país como o Reuni, ProUni, Fies, Bolsa Família e garantiu o reajuste real de salários. O Brasil passou a ser respeitado mundialmente, fruto da governança de Lula frente à Presidência da República. Embora a democracia do país tenha conquistado um alto avanço, conquistando corações e mentes, a direita se incomoda com um operário no poder, operário segundo eles “analfabeto”, mas que ensinou como se governa um país plural e dinâmico como o Brasil.

Dilma assume o governo dando continuidade às mudanças feitas por Lula. O Brasil passa por um novo momento: agora é a vez de garantir as reformas estruturantes. Mobilizações tomam as ruas em 2013 e explodem no Brasil de ponta a ponta e o Congresso Nacional treme diante do apelo popular por mudanças e por garantia de mais direitos para o povo brasileiro. No ápice da agitação das manifestações, Dilma apresenta a pauta pela Reforma Política ao Congresso Nacional, pauta que também se tornou pauta da direita.

Nesse confronto, dois projetos se enfrentam: um que beneficia a classe trabalhadora e o povo e outro que privilegia as elites e a burguesia do país. Nas eleições de 2014, mais uma vez o povo foi às urnas dizer o que o Brasil precisava, se era avançar nas mudanças e na soberania nacional ou atrelar o que já tinha construído ao capital estrangeiro e a burguesia. Mesmo com o desespero da direita e das mentiras sem escrúpulos do PIG, o povo Brasileiro reelegeu Dilma Rouseff em um cenário político nada fácil para a classe trabalhadora, já que enquanto se elege uma presidência democrática e popular, a bancada da Câmara dos Deputados é eleita a mais conservadora e reacionária desde 1964.

A direita não aceita a derrota nas urnas e buscar desestabilizar o governo em comum acordo com os meios de comunicação. Os escândalos que a todo o momento são alardeados como autoria única dos governos petistas e a corrupção em instituições estatais estiveram presentes em todos os momentos deste Pais mais que ganha força nos governos do regime militar, passando por Sarney, Collor de Melo, Itamar, FHC, LULA e agora DILMA, porém, os dois últimos governos citados , concederam a autonomia da Polícia Federal e criaram a Controladoria Geral da União – CGU, garantindo que toda a corrupção deste pais pudesse ser investigado e os responsáveis pudesse ser punidos sobre a estrutura da nossa legislatura. Nunca na historia deste país, tanta corrupção veio a tona, nunca na história deste pais o povo brasileiro teve conhecimento sobre a corrupção já existente e agora investigado e punido e nunca jogado pra de baixo do tapete como fazia Collor e FHC.

Mas a direita se aproveita da pauta da corrupção buscando através de mentiras, justificar a corrupção como sendo algo exclusivo dos governos petistas. Os partidos de esquerda começam a se preparar para um novo momento, pois a direita já não se esconde e defende os interesses da burguesia e do capital estrangeiro, o campo de coalizão do governo Dilma constrói um time ministerial que não satisfaz os anseios do povo, que retira direitos já conquistados justificando que é necessário o corte para estabilizar a inflação do país. Entretanto se focarmos apenas o desmoronamento de direitos já conquistados e os cortes em setores estratégicos para o povo brasileiro temos um governo em disputa onde o conservadorismo começa a tomar as rédeas e contagiar a insatisfação das classes menos favorecidas, com mentiras e difamações, o campo reacionário esta mobilizando e indo às ruas pedindo o impeachment de Dilma, pela insatisfação da não eleição de Aécio.

A esquerda brasileira precisa se mobilizar, tomar as redes sociais de assalto, esclarecer o povo deste golpe que a direita e a burguesia busca conquistar, desmentir a imprensa golpista, mobilizar o povo para nas ruas impulsionar o governo para pautas avançadas, garantindo os direitos já conquistados e buscar mais avanços para o povo. Precisamos esclarecer o povo da pauta da Reforma Política, a mãe de todas outras reformas estruturantes, garantir o fim do financiamento de campanha de setores privados, voto em lista e 50% de mulheres no Congresso. O caminho para atropelar a direita e seus interesses chama-se RUA e redes sociais. O Brasil quer mais avanços, o Brasil quer sua soberania, o Brasil quer mais direitos e só será possível se o povo elevar sua consciência política.

Vamos à luta camaradas!

*Cleyton Costa é Presidente da UJS Pará e membro da Comissão Politica do PCdoB Pará.