PMDB indica presidente da CPI da Petrobras; PT quer ampliação 

O líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), confirmou nesta segunda-feira (23) a indicação do deputado Hugo Motta (PMDB-PB) para ocupar a Presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que deverá ser instalada na quinta (26). Picciani descartou a possibilidade de outro deputado disputar o cargo. “Será tudo por acordo, como é a prática na Casa”, garantiu. 

PMDB indica presidente da CPI da Petrobras; PT quer ampliação

Como líder do maior bloco partidário em atividade na Casa (209 deputados), cabe ao PMDB indicar o nome de 11 integrantes da CPI, entre os quais o do presidente ou do relator. Já que o PMDB preferiu indicar o presidente do colegiado, caberá ao segundo maior bloco da Casa (144 deputados), liderado pelo PT, indicar o relator da CPI. São cotados os nomes dos petistas Marco Maia (RS), Paulo Teixeira (SP) e Vicente Cândido (SP).

Além da indicação do relator, o PT defende a ampliação das investigações da CPI da Petrobras, para que sejam apurados todos os contratos e transações ocorridos desde 1997, período em que o tucano Fernando Henrique Cardoso presidia o País. A proposta foi assinada também pelos deputados do PCdoB.

“Sempre tivemos certeza de que o PSDB não podia dormir em berço esplêndido nessas denúncias e, como agora um dos delatores anunciou que o esquema de propina começou no governo FHC, é preciso apurar tudo, passar a estatal a limpo”, afirmou o líder da bancada, deputado Sibá Machado (PT-AC), que apresentará o pedido de aditamento ao plenário da comissão. A decisão de ampliar ou não será tomada pelo voto dos integrantes do colegiado.

O ato de criação da CPI da Petrobras na Câmara, lido no início do mês pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estabelece que o colegiado terá 27 membros titulares e igual número de suplentes. Segundo Cunha, a composição da CPI obedece à formação de blocos partidários e não à composição dos partidos isolados.

Pela distribuição proporcional de cargos, o bloco PT, PSD, PR e Pros terá direito a oito vagas na CPI. Terão também assentos no colegiado o bloco de oposição, liderado pelo PSDB, que ficará com seis vagas; além de PDT e Psol, que terão uma vaga cada.

Ampliar investigação

O líder petista baseia o pedido de ampliação da investigação no depoimento do ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco. Em delação premiada, Barusco afirmou que começou a receber propina da SBM Offshore, uma fornecedora da petrolífera, em 1997, ainda durante o governo FHC. Barusco disse à PF que abriu uma conta na Suíça no fim da década de 1990 para receber as remessas ilegais de dinheiro da SBM, que, segundo ele, totalizaram US$ 22 milhões até 2010.

O líder Sibá Machado citou também entrevista da presidenta Dilma Rousseff concedida na última nesta sexta-feira (20), na qual ela critica a impunidade e ausência de investigação de casos de corrupção durante o governo FHC (1995-2002). A presidenta afirmou que, se casos suspeitos de corrupção na Petrobras tivessem sido investigados durante o governo tucano, o esquema descoberto pela operação Lava Jato não ocorreria.

O líder Sibá Machado vai anunciar os nomes dos deputados petistas que participarão da CPI ainda nesta terça-feira (24). “Vamos anunciar os nossos representantes e explicar como será a nossa atuação no colegiado. A nossa disposição será a de apurar tudo. Precisamos fazer uma devassa ampla, limpar tudo para que a empresa volte a fazer o que ela sempre fez de melhor que é explorar petróleo”.

Sobre a possível batalha de requerimentos na CPI, especialmente por parte da oposição para convocação de petistas e integrantes do governo Dilma, o líder já deixou claro que essa é uma tática de quem não deseja apurar nada. “Se a oposição vier nessa linha ficará claro que ela só quer fazer espetáculo, show político e não dever ser este o caminho, a Petrobras não pode passar por isso”, alertou Sibá Machado.

Do Portal Vermelho, com agências