Irã exige que Arábia Saudita pare os ataques aos Houthis no Iêmen    

O Irã pediu, nesta sexta-feira (27), que a Arábia Saudita pare imediatamente seus ataques contra posições do movimento insurgente Houthis, ao considerá-los uma violação da soberania do Iêmen que só conduzirá a um banho de sangue.

 

 

Xiitas no Iêmen

"Demandamos o fim imediato das operações militares sauditas no Iêmen", assinalou um pronunciamento do ministro de Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, pelo canal televisivo árabe Al-Alam.

Zarif afirmou que a denominada Operação Tempestade Al-Hazm (Firme), iniciada na madrugada de quarta-feira (25) para quinta-feira (26) por Riad, constitui uma transgressão da soberania iemenita e advertiu que Teerã "não medirá esforços para conter a crise no Iêmen".

Ele agregou que a agressão não beneficiará nenhum país e que a campanha militar multiplicará a escalada de tensões na região do Golfo Pérsico.

A porta-voz da chancelaria persa, Marzieh Afkham, também reprovou, nesta quinta-feira, o que descreveu como um "passo perigoso" que viola as responsabilidades internacionais de respeitar a soberania dos países.

Afkham acrescentou que os bombardeios aéreos contra posições dos insurgentes xiitas Houthis "complicarão a crise no país árabe e eliminarão as oportunidades para uma solução pacífica" da mesma.

Igualmente, advertiu que uma invasão implicaria na propagação do terrorismo e do extremismo na região. "Esta agressão não terá outro resultado senão aumentar a insegurança na região", apontou ao exigir que parem imediatamente.

Por sua vez, o chefe da Comissão de Segurança Nacional e Política Exterior do Parlamento iraniano, Alaedin Boroujerdi, acusou a Arábia Saudita de atuar com negligência.

"O fato de a Arábia Saudita ter acendido as chamas de uma nova guerra na região mostra sua irresponsabilidade", agregou o deputado ao comentar à agência Fars News que "a fumaça deste fogo irá para os olhos da Arábia Saudita, pois a guerra nunca se limita a um só lugar".

Boroujerdi pediu para que prevaleça a sensatez e sejam paralisadas as agressões contra as tropas Houthis e seus aliados dentro das Forças Armadas iemenitas, que se moveram rapidamente para o Sul da cidade de Adén, onde Abdo Rabbo Mansour Hadi tinha fixado a sede presidencial provisória.

O ministro saudita da Defesa, príncipe Mohammed bin Salman bin Abdulaziz, comandou pessoalmente as operações militares contra os insurgentes do Iêmen com a destruição de suas defesas aéreas, a pedido do próprio Hadi.

"Os sauditas estão irritados por terem perdido seu quintal na região, e isso fez com que adotassem medidas injustificáveis e desumanas e atacassem o povo do Iêmen", declarou o vice-presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento iraniano, Mansur Haqiqatpur.

A este respeito, mencionou o envolvimento de outros países árabes nesta corrida e destacou que essas nações também estão envolvidas nesta tarefa "errada e desumana".

“No entanto o povo do Iêmen não vai deixar sem resposta a agressão saudita. Nas primeiras horas de quinta-feira, a Arábia Saudita, à frente de uma coalizão, começou a atacar o Iêmen a pretexto de apoiar a legitimidade do presidente fugitivo do país árabe, Abdu Rabu Mansour Hadi, que atualmente está em Riad, capital da Arábia Saudita.

Conforme relatado por fontes iemenitas, como resultado destes ataques, 40 civis foram mortos e dezenas ficaram feridos.

No mesmo dia, na quinta-feira, centenas de milhares de iemenitas organizaram uma marcha contra a agressão liderada pela Arábia Saudita e reiteraram o seu apoio ao movimento popular que comanda a capital do país Sanaa, que teve cortes de energia e suspensão do serviço de Internet.

Os Houthi, são uma tribo poderosa do norte do Iêmen, controlam a capital desde setembro do ano passado e provocaram a saída do presidente do país, Abd Rabu Mansur Hadi.

A coalizão liderada pela Arábia Saudita conta também com a participação dos Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Barein, Egito, Jordânia, Marrocos e do Sudão.

Com informações da HispanTV e da Prensa Latina