Dilma: Terceirização não pode comprometer direitos dos trabalhadores

Durante entrevista após a entrega de empreendimento com 500 apartamentos do Minha Casa, Minha Vida nesta quinta-feira (9), em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, a presidenta Dilma Rousseff comentou os desdobramentos da votação do Projeto de Lei 4.330, que trata sobre a terceirização. Para a presidenta, a terceirização não pode “comprometer direitos dos trabalhadores” e disse que o governo acompanha “com muito interesse” a tramitação do projeto.

Dilma Rousseff em Duque de Caxias entrega Minha Casa Minha Vida - Agência Brasil

“Existe uma questão ligada à terceirização, sim, que precisa ser tratada. Agora, a posição do governo é no sentido de que a terceirização não pode comprometer direitos dos trabalhadores. Nós não podemos desorganizar o mundo do trabalho. E temos de garantir que as empresas contratadas assegurem o pagamento de salários, de contribuições previdenciárias e, ao mesmo tempo, também paguem seus impostos”, salientou Dilma.

Nesta quarta (8), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, manifestou por meio de nota oficial, que a aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que regulamenta a terceirização das relações “é ruim, pois permite que toda relação de trabalho seja terceirizada, portanto, precarizada”.

Petrobras é Brasil

No discurso durante a cerimônia, a presidenta Dilma salientou a força da Petrobras diante dos ataques que vem enfrentando. Ela afirmou que a estatal deu a volta por cima e continua de pé mostrando a que veio, citando o novo recorde de produção de petróleo.

“A Petrobras limpou o que tinha de limpar, tirou aqueles que tinha que tirar lá de dentro e que se aproveitaram de suas posições para enriquecer seus próprios bolsos. E mais, vocês podem ter certeza de uma coisa: essa empresa, não só já deu a volta por cima, como ela hoje mostrou a que veio. Bateu todos os recordes. Diziam que ela não ia conseguir produzir petróleo tirado do pré-sal. Chegou a 700 mil barris em tempo recorde”, salientou Dilma, destacando que a Petrobras vai ser reconhecida na OTC, em Houston (EUA), recebendo a maior premiação mundial concedida a empresas de petróleo.

O prêmio é o reconhecimento pela tecnologia desenvolvida para extração de petróleo em águas ultraprofundas, que permitiu que em menos de seis anos o país saísse do zero para um recorde de mais de 700 mil barris de petróleo por dia.

No evento estavam presentes funcionários da Reduc, com seus tradicionais uniformes cor de laranja. Dilma dirigiu a palavra a eles. “Aqui em Duque de Caxias temos essa compreensão do papel da Petrobras. Mas tenho certeza que até onde não tem refinaria no Brasil, no lugar mais distante deste país, tem uma pessoa, tem um conjunto de brasileiros, tem um conjunto de cidadãos que sabem que ela é um dos maiores orgulhos nossos”, frisou a presidenta.

A presidenta afirmou que a Petrobras superou a fase de ataques que enfrentou e que o rumo daqui para frente será diferente. “Defender a Petrobras é defender o Brasil”, disse, ao se referir a uma faixa levada pelos empregados da Petrobras ao evento. E ela explicou como é o sentimento de nacionalismo em relação a Petrobras. “E se a seleção é a pátria de chuteiras, como dizia um saudoso fluminense, eu quero dizer que a Petrobras de macacão é também a pátria de macacão e mãos sujas de petróleo”, afirmou.

Temer e a articulação política

Indagada por jornalista durante entrevista coletiva, Dilma afirmou que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem todas as condições de realizar a articulação política do governo.

“O vice-presidente Michel Temer tem todas as condições, tem autoridade e tem a experiência de vida dele como presidente da Câmara em oportunidades muito recentes. Ele também tem uma imensa capacidade para o diálogo, para construir consenso e para construir toda a relação necessária com uma coalizão com a envergadura da nossa”, enfatizou a presidente.

“O vice-presidente, assim como qualquer outra pessoa do governo, leva em consideração o fato de que nossa base é integrada por diversos partidos. Então, dado que nossos compromissos são comuns – e ele os conhece, até porque participou da inauguração do programa – a autonomia dele está dada, até pelo fato de que ele integra o governo. Ele não é uma pessoa estranha ao governo”, completou Dilma.

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Do Portal Vermelho, com informações de agências