Deputados destacam pressão das ruas para mudar projeto 

A mobilização de rua tem interferido na votação, as posições começam a mudar, o adiamento da votação na noite de terça-feira (14) reflete isso e podemos barrar o 4330 se essa pressão de rua continuar. A avaliação foi feita pelo deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) sobre o projeto de terceirização em votação na Câmara dos Deputados. A deputada Jô Moares (MG) endossa a avaliação do colega de bancada. 

Deputados destacam pressão das ruas para mudar projeto - Ass. Lid. PCdoB na Câmara

O Plenário da Câmara volta a se reunir nesta quarta-feira (15), para continuar a votação do projeto que amplia as terceirizações para todas as áreas de uma empresa. Ontem, os deputados aprovaram apenas a retirada das empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias da proposta, e adiaram para hoje as maiores polêmicas.

Daniel Almeida avalia que “hoje nós podemos adiar mais uma vez a votação e, se isso acontecer, é mais um avanço na nossa posição e pode nos levar a uma confiança maior sobre uma suspensão da terceirização da atividade-fim.”

Para ele, “manter a terceirização da atividade-meio como é hoje e garantir a responsabilidade solidária do contratante não é mais impossível de ser alcançada. Alcançando êxito nessas duas questões, os itens do projeto que regulamenta a terceirização podem ser negociados.”

A deputada Jô Moraes cumprimentou “os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e as centrais sindicais, que da semana passada para hoje puderam discutir com os deputados para assegurar esta vitória que foi retirar as empresas públicas da terceirização.”

Ela também aposta que, com a continuidade das mobilizações, “é possível assegurar que não se terceirizará a atividade-fim; e a responsabilidade solidária, para que os trabalhadores que estiverem em firmas em falência não sejam jogados à rua, sem direitos.”

Força das ruas

O deputado enfatizou a importância “da mobilização dos trabalhadores e da sociedade que impactou o posicionamento de bancadas e parlamentares aqui na Câmara. O resultado de ontem expressou isso. Foi uma derrota para o posicionamento conservador e empresarial.”

“Essa mudança de posição continua a acontecer a partir da intensificação da pressão das ruas. O dia de hoje foi muito importante nessa pressão e está repercutindo”, garante o parlamentar, que é membro da Comissão de Trabalho da Câmara, onde defende os direitos dos trabalhadores.

A proposta teve o texto-base aprovado na semana passada, mas os destaques ainda não foram votados. O texto recebeu 27 destaques e seis emendas aglutinativas, que unem outros destaques em um só texto.

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Do Portal Vermelho
De Brasília, Márcia Xavier