RN: Trabalhadores paralisam atividades e marcham contra terceirização

Com o objetivo de barrar mais uma tentativa de suprimir direitos, no bojo da ofensiva conservadora e reacionária, trabalhadores de todo o país paralisaram suas atividades nesta quarta-feira (15) para protestar contra a terceirização irrestrita. Em Natal, os milhares de manifestantes se concentraram em frente à Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e marcharam pela Salgado Filho até o shopping Midway.

Atos Natal
Centrais sindicais, movimentos sociais, entidades civis e partidos de esquerda presentes ao ato denunciaram a ofensiva liderada pelo presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para as entidades, o projeto de lei 4330, na prática, legaliza o desmanche da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), retirando direitos da classe trabalhadora e proporcionando aos setores patronais segurança jurídica para manter e até mesmo ampliar a precarização das relações e condições de trabalho.
 
Durante a manhã, também houve mobilizações em diversos pontos da capital do Estado do Rio Grande do Norte. Às 9h, o Sindipetro/RN promoveu um ato na sede administrativa da Petrobrás, onde estiveram presentes representantes de várias centrais sindicais.

Mais cedo, a BR-101 foi fechada em Extremoz, onde diretores e representantes das centrais sindicais (CTB, CUT, CONLUTAS) e movimentos sociais fizeram um bloqueio para conscientizar milhares de trabalhadores têxteis que se dirigiam ao trabalho sobre a importância do protesto contra a terceirização, que só beneficia os empresários.

O Projeto de Lei 4330 que contempla a ampliação da terceirização no mercado de trabalho é considerado uma ameaça aos direitos trabalhistas e tem o apoio dos setores mais conservadores do Congresso Nacional. No Senado, um projeto similar, o PLS 87/2010, também foi desarquivado a pedido da bancada do PSDB e pode ir à votação a qualquer momento.
 

Diante de mais esta ofensiva contra os direitos trabalhistas, a CTB enfatiza a importância dos movimentos sindical e social estarem mobilizados contra a aprovação do projeto que poderá implicar em graves prejuízos para classe trabalhadora. “O caminho é a luta, e nesse caso só teremos êxito se atuarmos juntos, coeso e determinados em defesa da democracia, da Petrobrás, dos direitos sociais e trabalhistas e por uma reforma política democrática com o fim do financiamento empresarial de campanha”, afirma o presidente estadual da CTB/RN, Moacir Soares.

O PCdoB se fez presente nos diversos atos e sua bancada na Câmara posicionou-se contra, tentando impedir a todo custo sua apreciação. A líder do Partido na Câmara, Jandira Feghali, voltou a discursar fortemente contra o projeto da Terceirização durante votação nesta quarta (15).

Com a pressão popular nas redes e nas ruas contra o PL 4330, a votação na Câmara foi adiada para a próxima quarta.

De Natal, Gilson Sá e Jana Sá