Movimentos pela paz nos EUA realizam conferência por desarmamento

Terminou neste domingo (26), com uma marcha até a sede da ONU em Nova York, a Conferência “Peace and Planet – Por um mundo livre de armas nucleares, pacífico, justo e sustentável”. O evento teve início no dia 24 e ocorreu com o objetivo de pressionar os países das Nações Unidas signatários do TNP (Tratado de Não-Proliferação Nuclear) a somarem esforços pelo desarmamento nuclear.

Marcha Pela Paz nos EUA

A Conferência foi realizada por uma coalizão de movimentos pela paz dos Estados Unidos, da qual o US Peace Council, filiado ao Conselho Mundial da Paz, participa. O evento ocorreu no histórico prédio da Cooper Union, onde em 1860 Abraham Lincoln pronunciou seu famoso discurso em favor da abolição da escravidão.

Na abertura, estiveram presentes Angela Kane, Alta Comissária da ONU pelo Desarmamento; Daniel Ellsberg, jornalista conhecido por divulgar documentos secretos do Pentágono; e duas candidatas ao prêmio Nobel da Paz, Setsuko Thurlow e Sumiteru Taniguchi.

Em seguida, aconteceu a primeira mesa com representantes de diversas organizações estadunidenses pela paz, acadêmicos e representantes dos movimentos sociais. Chamou a atenção nesse encontro a denúncia feita pelo professor Manuel Pino, da Scottsdale College, representante da comunidade indígena Acoma-Laguna, que denunciou as consequências da exploração das minas de urânio e dos testes nucleares na reserva de sua tribo. Também merece destaque a fala do Reverendo Osagyefo Sekou, liderança do movimento negro, que apresentou a situação da resistência antirracista em Ferguson.

No dia 25, no período da manhã, ocorreu uma reunião com parlamentares da Escócia, Noruega e Alemanha, sobreviventes da bomba atômica do Japão e Tony Brum, ministro das Relações Exteriores das Ilhas Marshall, país que corre o risco de desaparecer como consequência das mudanças climáticas.

O Conselho dos Estados pela Paz (USPC) coordenou um debate com o título “Parar as guerras atuais e prevenir outras: compreendendo o imperialismo” no qual esteve presente o Centro Brasileiro Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), representado pelo seu secretário-geral, Thomas de Toledo; o Conselho da Paz do Japão e outras organizações anti-imperialistas dos Estados Unidos. Os representantes do Nepal participariam do evento, no entanto, tiveram que retornar ao seu país por causa do terremoto que atingiu a capital Katmandu.

Em sua fala, Thomas de Toledo destacou o processo de integração latino-americana. Ele abordou ainda temas como as tentativas de mudanças de regime no Brasil e na Argentina orquestradas pelos EUA e a declaração dos estadunidenses em relação a Venezuela, considerando o país uma ameaça à segurança nacional, com a nítida intenção de justificar uma agressão à República Bolivariana.

Na Plenária de Encerramento, o Cebrapaz compôs a mesa com representantes de diversas outras entidades pacifistas.Thomas de Toledo destacou a presença do imperialismo dos Estados Unidos em diversas operações de “mudança de regime” mundo afora, em particular na Líbia, Síria e Venezuela e ações militares que se mantêm no Afeganistão e Iraque, com seguidas ameaças ao Irã.

Mereceu destaque a fala da deputada do Partido Comunista do Japão, Kyoko Nishikawa, sobre a violência cometida por soldados dos Estados Unidos nas bases militares que eles mantêm em seu país desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O evento foi finalizado no dia 26 com uma marcha que teve sua concentração na Union Square, tradicional praça de manifestações na cidade. Mais uma vez o Cebrapaz fez uso da palavra com uma saudação especial às vítimas de Hiroshima e Nagazaki presentes no evento. A marcha seguiu até o prédio da ONU, onde foi realizado um festival de música pela paz, pelo fim das armas nucleares e de destruição em massa.

Do Portal Vermelho, com informações do Cebrapaz