Governo faz apelo aos partidos aliados por aprovação de ajuste
O vice-presidente da República e articulador político do governo, Michel Temer (PMDB), passou esta segunda-feira (4) em reuniões com as bancadas no Congresso fazendo apelos em favor da unidade dos partidos da base governista para a aprovação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, consideradas essenciais para o ajuste econômico proposto pela presidenta Dilma Rousseff.
Publicado 05/05/2015 09:38
Temer solicitou a diversos ministros o diálogo com parlamentares de seus partidos para garantir a aprovação das duas medidas. "Estou fazendo reuniões com os partidos da base aliada… todos sabemos como é importante, para empresários, para trabalhadores, que nós tenhamos esse ajuste", afirmou.
A MP 665, que trata de seguro-desemprego e abono salarial, pode ser votada nesta terça-feira (5) na Câmara. Já a MP 664, que trata de benefícios previdenciários, será votada em comissão especial. Tais medidas estão contidas como providências do governo para tentar reequilibrar as contas públicas e garantir a retomada do crescimento.
Guimarães – Líder do governo na Câmara dos Deputados |
Otimista em relação à aprovação das medidas, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) disse que a participação dos partidos da base e principalmente o seu partido pela aprovação do ajuste é estratégico e dará uma "demonstração de unidade", votando junto com o governo. Ele explicou ainda que as MPs não retiram benefícios dos cidadãos e disse que tais medidas não se comparam com o projeto que regulamenta a terceirização. "Elas não retiram nenhum direito, daqueles direitos que são conquistas da velha e atual CLT, diferentemente do PL 4330. Com essas medidas, mantém-se o seguro-desemprego, o seguro-defeso, a pensão por morte, o auxílio-doença, o abono salarial", completou.
Eliseu Padilha (foto), do PMDB, ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, também falou sobre as articulações políticas em torno da aprovação das MPs e demonstrou otimismo em relação a participação do seu partido. Ele prevê que em torno de 55 dos 67 deputados do PMDB devem votar favoravelmente às medidas. “O PMDB trabalha com a possibilidade de estar muito próximo da totalidade. Nós sempre temos defecções, dissidências”, explicou.
Tais medidas ainda geram controvérsias entre os partidos de esquerda, como o PT e o PCdoB. Da mesma forma, a CUT e a CTB estão tentando atenuar os efeitos negativos das medidas para os trabalhadores.
O PCdoB dará um voto político em favor do ajuste proposto pela presidenta Dilma e fará a luta para que não sejam atingidos os direitos trabalhistas e os investimentos públicos em políticas sociais.
Na véspera da votação das medidas no Congresso, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a afirmar que “o ajuste fiscal deverá ser feito sem retirar direitos trabalhistas”.
O ministro explicou ainda que o ajuste afetará o setor empresarial em curto prazo e que, em médio prazo, as medidas trarão um ambiente sustentável para o setor. “Fazer os ajustes necessários é absolutamente indispensável para retomarmos o caminho do crescimento. Esse ajuste tem de ser distribuído por todos os setores. Teremos de fazer isso sem retirar nenhum direito dos trabalhadores”, disse.
Do Portal Vermelho, com agências