Unasul quer criar corrente solidária de ajuda aos imigrantes da Ásia

A União de Nações Sul-americanas (Unasul) propôs, nesta segunda-feira (18), a criação de uma Corrente Mundial de Solidariedade para dar ajuda humanitária a imigrantes da etnia Rohingya, provenientes de Myanmar e Bangladesh, abandonados em mares asiáticos.

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A condição dos Rohingya de Myanmar e Bangladesh, abandonados a sua sorte no mar, sem desembarcar em um país que os receba, somada aos refugiados da Síria e da Somália, é um genocídio passivo de um mundo insensível ao sofrimento do gênero humano, assinalou o bloco.

O organismo regional formulou a ideia da Corrente Mundial de Solidariedade, gerenciada pela Cruz Vermelha Internacional, para que através da mesma as nações se comprometam a fazer contribuições.

E assim, continuou a Unasul, os países de origem – quando existirem condições de permanência ou de destino de todos os imigrantes forçados – possam assumir suas responsabilidades humanitárias.

Com a cooperação internacional se abririam espaços econômicos e sociais para que os milhões de cidadãos à deriva possam encontrar um lugar seguro onde se estabelecer ou deslocar com suas famílias, afirmou.

Em seu habitual espaço de rádio e televisão, Enlace Cidadão, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou a disposição do país em apoiar os migrantes asiáticos que há dois meses navegam sem rumo no golfo de Bengala, porque nenhum país da região aceita recebê-los.

Correa, cujo governo ocupa este ano a presidência temporária da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), assinalou que o grupo poderia inclusive acolher algumas dessas pessoas e aliviar um pouco a tragédia humana que estão sofrendo.

Considerou vergonhoso que alguns países do sudeste asiático se neguem a receber os imigrantes que estão há dois meses no mar. “Este mundo está louco, desprezar assim seres humanos e mantê-los em um barco passando fome, sem lhes permitir atracar em nenhum porto”, insistiu Correa, que disse que o Equador e a Celac estavam preparando uma resposta para prestar todo seu apoio a essas pessoas.

Embora Correa tenha se referido especificamente ao caso de 300 emigrantes da etnia Rohingya que fogem de Myanmar, segundo as Nações Unidas cerca de seis mil pessoas estão meses à deriva no golfo de Bengala à espera de serem aceitas pela Tailândia, Malásia ou pela Indonésia.

Fonte: Prensa Latina