Brasil destaca complementaridade produtiva com a China

As autoridades brasileiras fizeram, nesta terça-feira (19), um balanço da visita do primeiro-ministro chinês Li Keqiang ao Brasil, destacando a grande complementaridade produtiva entre os dois países e as perspectivas favoráveis para os projetos de infraestruturas.

Luiz Fernando Pezão Li Keqiang metrô - Tomaz Silva/Agência Brasil

Em declarações à imprensa chinesa depois de um almoço oferecido ao primeiro-ministro chinês e sua delegação, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Armando Monteiro Neto, considerou que o resultado da viagem foi positivo em todas as áreas da cooperação económica.

"(A visita lança) um balanço extremamente positivo. Todas as linhas de cooperação e do fortalecimento da relação econômica foram fixadas na reunião. Discutimos a cooperação financeira, a complementaridade produtiva e a infraestrutura", disse ele.

Monteiro indicou que as questões importantes para o Brasil, como o acesso da sua carne ao mercado chinês, foram resolvidas e também abriram novos horizontes no setor financeiro.

"Em matéria de cooperação financeira, a perspectiva é a criação de dois fundos que podem contribuir de forma significativa para o financiamento de projetos estratégicos no Brasil e na América Latina", disse ele.

Ele também enfatizou que o primeiro-ministro Li Keqiang "definiu uma linha interessante" para indicar que os projetos financiados pela China exigirão insumos e equipamentos que poderiam ser produzidos no Brasil.

Por sua vez, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, avaliou que os acordos assinados na terça-feira elevaram a parceria bilateral a um novo nível.

Quanto à proposta de cooperação para aumentar a capacidade de produção e investimento, Berzoini considerou "ideal para ambos os países".

"Temos economias complementares. No Brasil nós produzimos coisas que são importantes para o mercado chinês e vice-versa. Devemos investir em transferência de tecnologia em todas as áreas, por isso é uma cooperação mutuamente benéfica entre a segunda e a sétima maiores economias do mundo" disse.

Em sua opinião, "são países que têm uma relevância estratégica muito importante para o futuro da humanidade."

Ele disse também que a chegada de novos investimentos e financiamentos chineses é importante num momento em que o Brasil enfrenta dificuldades orçamentais, porque esses investimentos permitem a continuação de vários investimentos estratégicos, inclusive na área de sua competência, a infraestrutura de comunicações.