Estado Islâmico ocupa cidade síria com ruínas tombadas pela Unesco

Os terroristas do grupo Estado Islâmico (EI) apoderaram-se na terça-feira (19) do norte da cidade histórica de Palmira, na Síria. A informação é do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que como o Estado Islâmico, também é financiado por Estados Unidos e potências ocidentais e regionais e participa da oposição ao governo legítimo da Síria .

Estado Islâmico do Iraque e da Síria - Yaser Al-Khodor / Reuters

Após várias horas de luta violenta, “combatentes do EI tomaram posse de partes do norte da cidade, que representam um terço de Palmira”, disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, adiantando que “as forças do governo abandonaram aqueles bairros”.

As ruínas de Palmira classificadas como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que incluem templos e ruas ladeadas de colunas, situam-se no sudoeste da cidade.

Segundo a televisão síria, “as Forças Armadas atingiram grupos de terroristas do EI no norte de Palmira e impediram sua infiltração a partir de áreas no norte da cidade”.

Trata-se da segunda vez que o grupo terrorista ocupa o norte de Palmira, após ter lançado no dia 13 uma ofensiva contra a cidade, que já causou centenas de mortos. Os mesmos bairros foram conquistados no sábado (16), mas o grupo perdeu o controle da área em menos de 24 horas.

Mohammad, um ativista de Palmira, disse à agência France Presse que “os soldados do governo deixaram o local depois do EI ter ocupado o edifício de segurança do Estado” na zona norte da cidade.

“Eles dirigiram-se para a sede dos serviços de informação militares perto das ruínas”, adiantou.

A Unesco tem alertado para o risco que correm as ruínas de Palmira desde o início da ofensiva, depois de o Estado Islâmico ter destruído tesouros arqueológicos no Iraque.

A cidade com mais de 2.000 anos tem grande importância estratégica para o grupo terrorista, por estar situada no grande deserto sírio que faz fronteira com a província iraquiana de Al Anbar, que o EI já controla em grande parte.