Na Alergs, parlamentares do PCdoB defendem mais mulheres na política

 Dois importantes passos foram dados nesta segunda-feira, 25, em defesa da mulher e da ampliação da participação feminina na política: a instalação da Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e o lançamento, no estado, da campanha Mais Mulheres na Política. 

A pauta foi proposta pelas deputadas Manuela D’Ávila (PCdoB) e Stela Farias (PT).

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), a deputada Manuela D´Ávila e a vereadora Jussara Cony (PCdoB), entre outras lideranças políticas e sociais, participaram do evento.A senadora Vanessa Grazziotin destacou a importância de se garantir uma reforma política que melhore o acesso da mulher aos espaços de poder. Ela lembrou que dentre 188 países, o Brasil ocupa a 158ª posição entre aqueles que têm menor participação feminina na política. “Até mesmo na Arábia Saudita as mulheres estão mais representadas nos espaços políticos do que as brasileiras”, exemplificou. “Somos mais de 50% da população, produzimos cerca de 40% da riqueza nacional, mas ainda somos sub-representadas e não chegamos a 10% no parlamento”.

Senadora Vanessa Grazziotin reforça luta das mulheres

No âmbito da reforma política, a senadora destacou que um importante instrumento para combater esta disparidade está na garantia da reserva de gênero de 30% das cadeiras de todos os legislativos, ao invés da reserva de vagas nas listas eleitorais partidárias. Segundo a senadora, essa medida não garantiu o acesso das mulheres à política, uma vez que muitas eram usadas como “candidatas-laranja” em benefício de candidaturas masculinas. “Muitas vezes as mulheres só são procuradas na época de eleição e para cumprir a legislação”, criticou.

Outro ponto criticado pela senadora é a proposta de voto distrital, que acaba dificultando a eleição de parlamentares representantes de segmentos sociais e privilegiar o personalismo em detrimento do fortalecimento dos partidos políticos e da representação da pluralidade brasileira.

Contra a cultura machista

Manuela destaca importância de uma reforma democrática

A deputada federal Maria do Rosário ressaltou a importância da Constituição de 1988 para a garantia de mais democracia, dos direitos sociais e da promoção de políticas públicas contra a discriminação e a desigualdade, porém lembrou que pouco se avançou no âmbito da participação política e o machismo continua forte na sociedade. “Esse tipo de cultura não se supera com um estalar de dedos. Este é um grande desafio da nossa democracia, que exige sempre renovação”.

Ao abordar a questão, a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) colocou que “as pessoas não se sentem representadas pelas instituições porque não se enxergam nelas. Isso acontece com as mulheres, os negros, o público LGBT, entre outros. Precisamos de uma reforma política que trate desta questão e não tape o sol com a peneira”. Manuela alertou que “o distritão acaba com a nossa representação por impedir a representação social”.

Jussara: "queremos o poder para revolucionar"

A vereadora Jussara Cony, representando a Câmara de Porto Alegre, enfatizou: “Somos sim diferentes dos homens, mas não inferiores. E queremos o poder para revolucionar”. Por fim, Jussara citou o filósofo Charles Fourier: “a emancipação de uma sociedade é medida pelo grau de emancipação das mulheres”.

A vereadora também homenageou as mulheres na abertura do evento, lendo o poema “Angelina”, de Lila Ripoll, dedicado à tecelã Angelina Gonçalves, morta no dia 1º de Maio de 1950 por policiais na cidade de Rio Grande, durante manifestação dos trabalhadores, na qual também morreram o pedreiro Euclides Pinto, o portuário Honório Alves de Couto.

Fonte: Assessoria de Imprensa da vereadora Jussara Cony (PCdoB)