CPI da Fifa enfrenta fila na Câmara; Derly defende CPI mista 

Depois da prisão na Suíça de sete dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa), acusados de crimes como fraude, suborno e formação de quadrilha, o deputado João Derly (PCdoB-RS) apresentou requerimento para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as denúncias. 

CPI da Fifa enfrenta fila na Câmara; Derly defende CPI mista - Agência Câmara

O deputado afirmou que a ideia inicial era criar uma CPI mista, composta de deputados e senadores, por conta da lista de espera que existe para a instalação de uma CPI na Câmara – existem outros dez pedidos de CPIs na frente.

"Infelizmente, o senador Romário manteve uma CPI lá no Senado. Então, achamos oportuno protocolar (um pedido de CPI na Câmara) e estamos avaliando se vamos buscar novas assinaturas para fazer uma CPMI", explicou Derly, sem descartar a CPI mista.

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lembrou que a fila de criação de CPIs na Casa deve ser respeitada. Segundo o presidente, a melhor saída é uma comissão parlamentar mista de inquérito. Nesse caso, com um terço de assinaturas da Câmara e do Senado, a instalação da CPI mista é automática. Para Eduardo Cunha, esse é o caminho mais provável, se houver interesse nas duas casas legislativas.

Ao justificar o pedido de criação da CPI da Máfia do Futebol, o deputado João Derly, que foi bicampeão mundial de judô, sustentou que são fartas as evidências de que o futebol brasileiro está contaminado com negociatas ilegais, como pagamento de propina para realização de contratos. Ele citou o caso da empresa Traffic, suspeita de pagar a José Maria Marin e a outros dois dirigentes da CBF R$ 2 milhões por ano pelos direitos de transmissão da Copa do Brasil.