Plano Safra disponibiliza R$187,7 bilhões para produtores

O Plano Safra 2015/2016 vai disponibilizar R$187,7 bilhões em recursos, sendo R$149,5 bilhões para financiamento de custeio e comercialização e R$ 38,2 bilhões para os programas de investimento. O valor é 20% maior que o da safra anterior, de R$ 156,1 bilhões. O novo Plano Agrícola e Pecuário foi anunciado nesta terça-feira (2) pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em cerimônia no Palácio do Planalto.

O Plano Safra 2015/2016 vai disponibilizar R$187,7 bilhões.
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Dos recursos para custeio, R$ 94,5 bilhões poderão ser financiados com juros controlados. No crédito para investimento, R$ 33,3 bilhões estão nessa modalidade.

As taxas de juros anuais para a safra 2015/2016 serão de 8,75% para os empréstimos de custeio. Para os programas de investimentos, a taxa vai variar de 7% a 10,5% ao ano. Na safra 2014/2015, a taxa média de juros para o setor foi 6,5%.

Para os produtores beneficiados pelo Programa de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp), os juros serão de 7,75% ao ano para custeio e 7,5% ao ano para investimentos.

Os demais recursos do Plano Safra serão disponibilizados para financiamento a taxas de juros livres do mercado.

Para a próxima safra, o limite de financiamento de custeio, por produtor, foi ampliado de R$ 1,1 milhão para R$ 1,2 milhão, enquanto o destinado à modalidade de comercialização passou de R$ 2,2 milhões para R$ 2,4 milhões para a próxima safra. O limite de R$ 385 mil por produtor nos créditos de investimento ficou mantido.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, afirmou que o Plano Safra 2015-2016 não será afetado pelo ajuste fiscal que está sendo executado pelo governo federal. Segundo ela, a presidenta Dilma Rousseff não vai considerar o ajuste nos anúncios que pretende fazer em maio dos recursos que serão disponibilizados para o custeio dos agricultores.

De acordo com a ministra, o percentual dos juros deve seguir a tendência do ano passado, quando as taxas foram similares à da inflação, o que indica que “a taxa real de juros é neutra”. Além disso, segundo ela, o crédito de custeio faz parte de uma necessidade imprescindível aos produtores, que precisam plantar. Quanto aos investimentos, os agricultores podem decidir se vão receber aportes ou não.

“Ajuste fiscal não pode ser sinônimo de imobilismo. O Plano Safra é um dos pontos que a presidenta exclui do ajuste. O aumento de juros é importante, coisa natural, porque se analisarmos, no passado a inflação ficou em 6,5% e as taxas de juros também. Elas variam de acordo com inflação no histórico dos anos. Ele seguirá o mesmo curso, o mesmo rumo e as taxas de juros serão praticamente neutras, como foram no ano passado”, declarou.