Novos bens podem se tornar Patrimônio Cultural Brasileiro

A prática artesanal de fazer cuias, realizada por mulheres de comunidades ribeirinhas do Baixo Amazonas, no Pará, a maestria do paisagismo de seis Jardins de Burle Marx, no Recife (PE), e a história, arte e beleza do parque Campo de Santana, no Rio de Janeiro (RJ), poderão integrar a lista de bens protegidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Oficio das cuias - Iphan

As propostas para registro e tombamento serão avaliadas nesta quinta-feira (11) pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que estará reunido na sede do Iphan, em Brasília.

O ofício das cuias

O pedido de registro, apresentado pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan) em novembro de 2010, ressalta as técnicas e o conhecimento utilizados na região do Baixo Amazonas para confeccionar este objeto que agregou novos elementos e significados ao longo do tempo.

Os saberes relacionados à produção e utilização de cuias fazem parte das complexas dinâmicas de colonização e ocupação do espaço amazônico e estão diretamente relacionados ao aproveitamento de recursos naturais disponíveis no Baixo Amazonas. Para a população local, as cuias fazem parte do universo cotidiano da comunidade e são produzidas, em sua maioria, por mulheres ribeirinhas.

Jardins de Burle Marx

As qualidades estéticas e paisagísticas dos jardins desenhados por um dos principais expoentes do movimento modernista no Brasil e no exterior são as principais características a serem consideradas para tombamento.

Criados na década de 30, os jardins estão localizados nas praças Euclides da Cunha, Casa Forte, do Derby, da República, Jardim Campo das Princesas, Salgado Filho e Faria Neves, em Recife. Trazem, em comum, a característica inovadora do artista, que utilizou o tripé higiene, educação e arte, no qual a vegetação é o elemento principal.

Parque Campo de Santana

Construído no século 18, O local reúne atributos históricos, uma vez que foi palco de celebrações oficiais e cívicas ligadas à condição do Rio de Janeiro enquanto sede do Império e capital do país; artísticos, pelo projeto do paisagista francês Auguste Glaziou, que o levou ao seu primeiro tombamento; e também paisagísticos, reconhecendo o valor da paisagem de jardim romântico que o bem oferece.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural

Responsável por avaliar os processos de tombamento e registro no Brasil, o Conselho Consultivo do Patrimônio Histórico é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia.

Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os ministérios da Educaçã (MEC), das Cidades (MCid) e do Turismo (MTur), o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.